Que motivos eu teria para escrever um artigo defendendo quem por muitos anos foi meu contraponto ferrenho?
Contraponto, devo dizer, no campo das ideias, pois estivemos em territórios diferentes e ele tem lealdade e é defensor aguerrido das causas que abraça.
Mesmo assim, um respeitando o ponto de vista do outro, eu e Dércio Alcântara fomos adversários daqueles que nem na mesma calçada podiam andar e qualquer espaço era pequeno para os dois dividirem o mesmo oxigênio.
Como a vida é uma roda gigante e ninguém consegue prever às voltas que ela dará, aqui estou pra dizer que de perto todo mundo é igual, mas Dércio não.
Esse cara é o maluco beleza mais genial que conheço. Aliás, de gênio e louco todos nós temos mesmo um pouco e quando Dércio Alcântara passou pela fila de neurônios pra receber inteligência, passou a perna nos anjos e voltou pra fila várias vezes e desceu com aquela cabeçona abençoada pelo Criador.
O mestre Luís Otávio, outro diferenciado, dizia que o que lascava ele era a sua memória. Posso dizer o mesmo.
Quando em 2004 um vereador de Campina Grande ousou peitar Cássio e se lançar candidato a prefeito contra o preferido do governador, foi Dércio quem pegou o pião com a mão, criou o conceito do V e ajudou Veneziano derrotar três máquinas: Governo, Assembleia Legislativa e Prefeitura.
E o Dércio que recentemente tive a oportunidade de conviver mais de perto foi esse, o amigo leal de Vené, defensor árduo, que sempre fez suas campanhas sem cobrar um centavo que seja.
Um cara do bem que sempre esteve com o neto de Pedro Gondin na alegria e na tristeza, que conduziu seu amigo/irmão até dentro da área e botou a bola na marca do pênalti pra ele fazer o gol e se eleger senador.
E de uma para outra Veneziano se deixou golpear por setores do Coletivo, principalmente aquele cidadão que tá acostumado a usar e descartar pessoas como seringa, separaram dois amigos, enfraquecendo Veneziano ao tirar dele o seu marqueteiro, o seu amigo Dércio Alcântara, tudo isso para favorecer quem já tá robusto pelo favorecimento das verbas de Comunicação do Estado e, é claro, pra deixar Vené em condições inferiores a do Padre Luiz Couto.
Dércio perdeu ou ganhou quando foi vetado pelo PSB?
Acredito que, resgatado pelo também sempre amigo Wellington Roberto e integrado num lugar de honra na campanha de Zé Maranhão, Dércio descobrirá que às vezes o menos é mais e perder é ganhar.
Fonte: Fabiano Gomes
Créditos: Blog do Gordinho