COVID-19: Após decretos e "superferiado", abril apresenta redução de 51% em média de mortes por Covid-19 na PB - VEJA DADOS

As medidas mais restritivas adotadas em março e abril deste ano, junto com a aplicação de um “superferiado” no início do mês para conter o avanço da Covid-19 na Paraíba, estão demonstrando os seus primeiros resultados. Um levantamento realizado pelo Polêmica Paraíba revela que a média móvel de mortes pela doença nos últimos dias de março era de 55,71 óbitos, enquanto nos últimos dias de abril esse número baixou para 27,00. É uma redução de 51,53%.

A média móvel leva em consideração o somatório de óbitos nos últimos sete dias, dividindo esse valor por 7. O uso dessa estatística permite analisar se o número de mortes tem aumentado ou diminuído comparando com o mesmo intervalo de tempo de semanas anteriores. Se a comparação ficar entre 15% menor e 15% maior, é considerada uma situação de estabilidade.

É importante destacar, no entanto, que esse número não abrange os óbitos ocorridos necessariamente na semana analisada, mas sim aqueles que foram registrados no sistema da secretaria de Saúde.

Segundo o secretário estadual de Saúde, Geraldo Medeiros, a redução da média móvel, junto com a redução da taxa de ocupação de leitos de UTI, são os principais indicadores de que as medidas restritivas adotadas estão surtindo efeito.

“Sem dúvida. Isso é uma prova que contesta de que o isolamento social, aliado à vacinação da população, são os dois meios disponíveis para conter a pandemia”, disse em entrevista ao Polêmica Paraíba. Geraldo afirmou que essas medidas ajudaram, além da redução dos números, a conter a “pressão” que havia na rede hospitalar em março.

Taxa de ocupação de leitos de UTI

O outro indicativo citado pelo secretário é a redução na taxa de ocupação de leitos de UTI. A Prefeitura Municipal de João Pessoa, por exemplo, divulgou nesta semana que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade apresentaram uma queda significativa na taxa de ocupação de pacientes com Covid-19.

A secretaria municipal de saúde fez um comparativo entre os dias 27 de março e 27 de abril. Em março, a taxa de ocupação na área amarela era de 96% e na vermelha 100%. Um mês depois, esses números eram de 29,3% e 73,3%, respectivamente.

No estado também não foi diferente. Enquanto março registrava taxas superiores a 80%, próximas a 90%, no fim de abril temos uma taxa de ocupação de 55%. Geraldo disse que essa redução foi o primeiro indicador administrativo de que os paraibanos teriam um cenário de melhora.

Comparativo mensal

Março, o pior mês da pandemia da Covid-19 no Estado, registrou 1.248 mortes pela doença, enquanto abril aparece em segundo lugar com 1.052 (confira abaixo o quantitativo por mês desde o início da pandemia).

Geraldo diz que esse elevado número ainda em abril é de certa forma “normal”, uma vez que o espaço de tempo esperado para que as medidas restritivas tivessem efeito era de aproximadamente 20 a 30 dias, como está sendo possível perceber pela média móvel no fim de abril. Nos últimos sete dias de março foram registradas 390 mortes, e nos últimos sete dias de abril, 189.

O número de casos confirmados nesses dois meses também apresentou uma queda no comparativo. Durante março, foram registrados 38.058 casos confirmados, e em abril, foram 33.496.

Medidas

Entre as medidas mais restritivas trazidas pelos decretos estaduais durante março e abril, estavam por exemplo a adoção do toque de recolher das 22h às 5h; a redução no horário de funcionamento de bares e restaurantes, tendo estes inclusive que não atenderem clientes presencialmente, mas sim apenas por delivery ou retirada; o fechamento de repartições públicas e estádios de futebol; suspensão de aulas presenciais; entre outras.

E entre a virada do mês de março para abril, aconteceu uma antecipação de três feriados (Tiradentes, Corpus Christi e Fundação da Paraíba), que juntos com a Sexta-Feira Santa no dia 2 de abril, e a criação de um feriado excepcional no dia 29 de março, criou o “superferiado”, entre os dias 29 de março e 2 de abril. Junto com dois finais de semana, o antecessor e o posterior a esses cinco dias, os paraibanos ficaram nove dias em casa.