O agravamento diário da erosão é facilmente percebido por conta dos deslizamentos de partes da barreira. Além disso, há fissuras no asfalto, revelando o aumento do problema. A área foi isolada, no entanto, um trecho da cerca foi derrubado, inclusive com estacas de cimento sendo arrancadas do chão. Embora não haja circulação de carros de passeio, no período em que a equipe do CORREIO esteve no local flagrou várias pessoas passando a pé, de bicicleta e motocicletas.
O empresário Christiano Ferreira caminha todos os dias nas proximidades e contou sobre as mudanças na paisagem. “Uma vez estava passando aqui, quando escurecia, e não vi as rachaduras. Quase caio. Não tem iluminação. É tudo escuro. A situação é crítica. É um perigo”, comentou.
Quem também pratica atividade física no trecho é o administrador Alex Arimateia. Ele lamentou o problema. “É uma pena perder esse local porque é um patrimônio histórico. É um local tão bonito. Deveriam fazer o que em outras cidades de praias fazem para conter a erosão”, disse. Questionado se não tinha medo de pedalar no trecho interditado, informou que não. No local não há fiscalização, o que facilita a remoção de cercas de interdição.
No último dia 13, o projeto de contenção foi aprovado pelo MIN. Inicialmente devem ser utilizados R$ 65 milhões. De acordo com Noé Estrela, coordenador da Defesa Civil, uma nova reunião deve acontecer esta semana com proposta de aumentar os recursos. “Ficou tudo fechado. Falta apenas a assinatura dos recursos por parte do presidente. O projeto foi aprovado. Não houve questionamentos”, frisou. Ele disse ainda que só depois disso, será dado início as obras e que equipe da Defesa Civil estará se reunindo com a Secretaria de Planejamento (Seplan) para saber como agir, principalmente na contenção da erosão entre a Praça de Iemanjá e praia do Seixas.
A secretária de Planejamento, Daniella Bandeira, disse que a Prefeitura aguarda o empenho dos recursos aprovados pelo MIN, o que deve demorar entre 15 e 20 dias. A partir do empenho, será aberto o processo licitatório, para contratação da empresa que vai executar as próximas etapas da obra de contenção.
Drenagem. A Prefeitura da Capital realizou uma obra de intervenção na área continental da falésia e que incluía pavimentação, drenagem e recuperação de áreas degradadas. Um dos trechos foi na frente da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes. Foram investidos R$ 5,2 milhões. Em maio deste ano, a Prefeitura colocou em seu site a informação de que estavam sendo “concluídos os novos estudos de impactos ambientais para avaliar as novas medidas que são indispensáveis para a preservação da Barreira do Cabo Branco, e definir as outras etapas do projeto de contenção. Além da drenagem, o projeto integral prevê outras medidas de contenção, como a construção de quebra-mares e a proteção no sopé da falésia”.
Fonte: Correio da Paraíba
Créditos: Correio da Paraíba