Na última quinta-feira(21) o Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Nordeste recomendou que os governadores de quatro estados da região adotem o lockdow, forma de quarentena mais restrita do que a que vem se praticando atualmente na maioria das cidades brasileiras. A indicação é para que as medidas sejam adotadas nas grandes cidades nordestinas como João Pessoa e Campina Grande.
“Esta é uma recomendação científica para os governadores e prefeitos dos estados e cidades supracitados, cabendo a esses gestores decidir pela sua implementação ou não”, informa o boletim do comitê, formado pelo Consórcio Nordeste, dos governadores da região, e coordenado por Miguel Nicolelis e Sergio Rezende. O documento aponta que o sistema de saúde está próximo do colapso em Arapiraca, com 92% dos leitos de UTIs ocupados, seguidos de João Pessoa (92%) e Campina Grande (57%). Em São Miguel dos Campos, 91% dos leitos de enfermaria estão ocupados no momento.
O documento lembra que o lockdown já é utilizado na região nas cidades São Luiz (MA), Fortaleza (CE) e na área metropolitana do Recife (PE). Mas, com casos crescentes e aumento de óbitos por Covid-19, o comitê alerta que toda a região precisa ampliar o isolamento social de suas populações. E a coincidência de outras doenças torna a situação ainda mais complicada. Além disso, pede a ampliação da testagem para o novo coronavírus e a criação de brigadas emergenciais de saúde.
“Em razão da continuidade de curvas crescentes de casos e óbitos em toda a região Nordeste, o Comitê Científico de Combate ao Coronavírus continua apoiando, de forma unânime, a manutenção e ampliação das medidas de isolamento social como única forma eficiente de reduzir o número de contágios e evitar a sobrecarga e o colapso dos sistemas de saúde. A manutenção e ampliação desta medida se faz ainda mais urgente com a constatação do aumento de casos de dengue e chikungunya em toda a região Nordeste e no resto do país”, diz o documento.
O comitê ainda informa no documento que mantém sua posição contra o uso do cloroquina ou de hidroxicloroquina a todos os pacientes com Covid-19. “Em resposta à Portaria do Ministério da Saúde, publicada no dia 20 de maio de 2020, o Comitê mantém sua posição inicial, baseada em amplas evidências científicas e clínicas publicadas nas maiores revistas científicas do mundo e ratificadas pelas mais importantes instituições de pesquisas internacionais, entre as quais o National Institute of Health (EUA), a European Medical Agency (Comunidade Européia) e a Fiocruz, no Brasil, contrárias ao uso da rasil, contrárias ao uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, isoladas ou em associação com outros medicamentos, para o tratamento de qualquer fase da infecção provocada pelo Coronavírus”, diz o boletim.
Fonte: Suetoni Souto Maior
Créditos: Jornal da Paraíba / Blog do Suetoni Souto Maior