Que a saúde no Brasil é um caos generalizado já não é nenhuma novidade. As famílias sentem isso na pele já há muito tempo e não vislumbram qualquer lampejo de melhora para o futuro. No entanto aceitar isso sem um enfrentamento é pura covardia! Até quando iremos assistir passivamente pessoas morrendo diante de nossos olhos em portas de hospitais, dentro de carros em pleno trânsito, macas improvisadas e calçadas de PSFs?
A desumanidade passou a ser nos últimos anos, a tônica desse descalabro! Se formos obrigados a apontar aqui de quem é a culpa teremos que encontrar a ponta do fio que robustece esse novelo. A começar pela falta de compromisso das autoridades – governantes em todas as esferas – federal, estaduais e municipais. Ministros, governadores e assessores mais diretos, deputados, senadores, prefeitos e vereadores, todos muito preocupados em retirar descaradamente dos cofres públicos a parte de cada um como cobertura pelos investimentos de campanha! O povo que se dane!
Pelo tempo que sofre a população com a falta de atenção, alguma medida já deveria ter sido adotada se esse realmente fosse um pais sério! De homens sérios! Na verdade o que prevalece até o momento é a ganância que corrói tal qual um câncer qualquer cidadão que se arvora a se tornar um político! Agora me faço a pergunta que não quer calar: o cidadão é acometido pelo mal ao se tornar o político, ou é ele mesmo (o cidadão) que movido pelo desejo de se dar bem, se joga na política e investe tudo o que tem? A política tornou-se um enorme cabide de benesses para incompetentes (guardadas as devidas proporções), desocupados que, não encontrando nada mais fácil para fazer em suas vidas, acabam descobrindo na política um grande e rentável negócio!
Roubar na saúde é apenas um dos caminhos! A usura é tanta que esses maus políticos, ladrões engravatados, esquecem totalmente que foram escolhidos pelo povo para administrar com lisura o patrimônio que lhes foi confiado! Que ninguém tente me justificar o porquê do nosso povo não poder usufruir de uma ou mais ambulâncias em sua cidade – mesmo a mais distante dos chamados grandes centros – quando se sabe que já não se trata apenas da liberação de verbas, pois as tão necessárias ambulâncias, já foram compradas (as vezes uma frota inteira) e estão guardadas nos galpões das prefeituras, enferrujando e se deteriorando a espera de uma ordem do digníssimo prefeito que não está nada preocupado com a saúde do seu povo e espera só uma oportunidade para fazer política. Uma festa na hora que lhe for mais conveniente. É desumano!
É triste ver hospitais inteiros, novinhos, com equipamentos de última geração, prontinhos para funcionar, sendo engolidos pelo mato, invadidos por vândalos e pelos ratos apenas por que faltou uma autorização superior ou do próprio administrador, que mais uma vez, não achou que fosse o momento exato para o uso daquele bem público! É como se tudo passasse a pertencer a ele! Falta punição. Uma lei que determine a esse administrador incompetente e corrupto uma punição exemplar de que sendo ele o responsável pelo extravio do benefício, para que arque com o prejuízo devolvendo aos cofres públicos todo o dinheiro ali desperdiçado! Mas esse ainda é o pais da impunidade, onde o crime pode ser praticado e o criminoso pode sair ileso e com a “consciência” tranquila apesar de todo o mal!
Olho para a situação em que se encontra a saúde por todo o Brasil e lamento ter de sentir que na Paraíba não é diferente! Não se concebe em pleno século 21, hospitais em João Pessoa literalmente entregues ás baratas! A imprensa destaca muitos casos alarmantes como “a presença de baratas no Hospital Municipal do Valentina de Figueiredo aqui na Capital e defeitos na infraestrutura do prédio que estariam chamando a atenção da população que faz uso dos serviços oferecidos no hospital”. Pior que ouvir as denúncias por parte do povo, é ouvir da prefeitura que esta não possui conhecimento do problema!
Já em Mangabeira, baratas e furo no teto do Trauminha foi denunciado pela população e por pacientes que relatam más condições de higiene e até maus tratos. O CRM e os Conselhos Regionais de Enfermagem e Fisioterapia realizaram fiscalização e foram investigar tudo, o que ocorreu no último dia 12 de fevereiro. As denúncias foram ratificadas em entrevista do chefe de fiscalização do Conselho Regional de Medicina – CRM -, João Alberto em entrevista concedida a Rádio Tabajara, onde acrescentou, “nós encontramos enfermarias com baratas, enfermarias com lençóis que eram trazidos das residências porque o hospital não tinha, informações variadas passadas por pacientes que não caracteriza o atendimento adequado aos pacientes”. No momento da fiscalização foram constatadas problemas nas condições de higiene em enfermarias, além da longa fila de espera dos pacientes ali internados.
O caso é bastante sério e, repito, totalmente inaceitável! Onde já se imaginou um furo no teto do Centro Cirúrgico. Pacientes correndo risco de vida? Ele finalizou dizendo que… “não podemos fechar um hospital como este, mas encontramos um centro cirúrgico com graves riscos para quem for operado nele”!
Mas não é para fechar mesmo, senhor Chefe de fiscalização! O que a população quer, na verdade, é ter o seu hospital de volta e realizando a contento todos os atendimentos que são devidos ao cidadão que paga obrigatoriamente os seus impostos! Por fim o CRM-PB resolveu pela interdição no bloco cirúrgico do Trauminha já a partir de meia noite desta quinta-feira, 14! Com a medida, os médicos ficam proibidos de realizarem procedimentos no setor.
Com a saúde não se pode negligenciar. Saúde é um bem maior para qualquer sociedade e por tanto é também um bem inegociável! O povo não aceitará mais desculpas de falta de verbas ou qualquer outra, pois sabemos perfeitamente para onde pode ter sido levado o dinheiro! É preciso estarmos mais atentos e vigilantes cobrando dos governantes mais seriedade e compromisso para com a população, principalmente a mais carente!
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba