O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) decidiu criar uma comissão para analisar o banco de dados das questões que compõem o Banco Nacional de Itens do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O objetivo, de acordo com o Inep, é “verificar a pertinência das questões com a realidade social”.
A comissão será formada pelo secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, Marco Antônio Barroso Faria; pelo diretor de estudos educacionais do Inep, Antonio Maurício Castanheira das Neves; e o procurador de justiça de Santa Cataria, representante da sociedade civil Gilberto Callado de Oliveira.
O diretor do Sindicato dos Professores da Universidade Federal da Paraíba, professor Marcelo Sitcovsky classificou a medida como ‘absurda’. Ele afirmou que a portaria pode ser subentendida como uma censura às questões do Enem e diz que isso revela um profundo desconhecimento do Governo Federal sobre o papel do Inep.
“Um completo absurdo, pois isso se assemelha à censura. Um órgão do Governo censurar um outro órgão. Isso revela também um profundo desconhecimento sobre a estrutura desse exame, que é reconhecido internacionalmente. É assustador ver que o Ministério da Educação desconhece por completo aquilo que está discutindo”, enfatizou Sitcovsky.
Já o Mestre em Educação Doriedson Oliveira, diretor de uma escola privada da Capital, defendeu a medida. Ele ressaltou que é importante observar se a prova do Enem está de acordo com a base nacional comum curricular. Ele afirmou também que é necessário retirar o viés político da prova.
“É importante se fazer uma análise da prova do Enem, para ver se ela está ajustada ao que está sendo preconizada na nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para ver se ela está atualizada com os temas que estão em vigência, o que os alunos estão vivenciando. O que a gente tem refletir e fazer com muita serenidade, é que esta reflexão é para o bem da prova, não com viés político, pois está havendo muitas situações com viés político que tem que ser afastado”, pontuou Doriedson.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba