A Rota Cultural Caminhos do Frio chega à cidade de Remígio, na região do Brejo paraibano, conhecida por ser a terra do algodão colorido e da agroecologia. Na programação de shows os artistas Geraldinho Lins, que irá se apresentar na sexta-feira (19), e Petrúcio Amorim, atração do sábado à noite.
Remígio é o sétimo destino da Rota Cultural, que teve início no dia 4 de julho, em Areia, e já passou por Pilões, Matinhas, Solânea, Serraria e Alagoa Nova. O projeto tem movimentado a economia da região e criado um sentimento de pertencimento entre as pessoas que residem nesses municípios, que também passam a conhecer um pouco mais de suas cidades, seus personagens e suas vocações econômicas.
Durante uma semana, quem for a Remígio, encontrará uma cidade pronta para receber os turistas com uma extensa programação cultural, mas, sobretudo, com muitos debates e oficinas, que permitirão a participação dos moradores, tudo de forma gratuita. Serão eventos para as pessoas e o secretário Euzelir Fidelis, que responde interinamente pela pasta de Cultura, Turismo e Desenvolvimento Econômico, reforça que a cidade está pronta para receber a todos.
19 de agosto (sexta-feira)
Apresentações culturais e karaokê (22h)
Música ao vivo
20 de agosto (sábado)
Tarde do pagode (16h)
Show com artista nacional (21h)
21 de agosto (domingo)
Repentista (16h)
Show com música ao vivo (18h)
Atrativos turísticos de Remígio
Lagoa Parque Senhor dos Passos – Inicialmente a cidade tinha em registro cinco lagoas, a Lagoa do Mato, Lagoa do Jogo, Lagoa do Freitas, Lagoa de Remígio e Lagoa do Jenipapo. Em 1994, a prefeitura urbanizou a Lagoa do Remígio, que chamou de Parque Senhor dos Passos. A lagoa é cercada por palmeiras imperiais e é considerada um ponto turístico, sendo o cartão postal do município. Para o melhoramento do local, passa por algumas reformas e tais obras devem ser finalizadas em 2020.
Igreja Nossa Senhora do Patrocínio – Com data de construção de 1893 a igreja apresenta pinturas nas paredes e teto, feitas apenas em 2014 pelo artista plástico Roberto Reis. O local guarda uma singularidade, pois no interior da igreja está enterrado o Monsenhor José Rodrigues Fidelis, nascido em 1920, natural de Remígio. Ele faleceu aos 97 anos e é a única pessoa que está enterrada na igreja. Sua vida foi marcada também como um símbolo de grande contribuição para a cidade.
Produção agroecológica de algodão – A Associação dos Produtores do Assentamento Queimadas fica localizada na Zona Rural de Remígio e é aberta para visitação, oferecendo aos visitantes a experiência de conhecerem as fases da plantação até a colheita. A associação possui o certificado do Ministério da Agricultura como produção orgânica, já que não é utilizado nenhum tipo de agrotóxico no plantio. A produção chega em média a 15 toneladas de algodão por ano, sendo 28 produtores associados que somam 35 hectares de plantação de algodão, principalmente algodão branco.
Os assentados produzem também sem agrotóxicos milho, feijão, fava, batata doce, jerimum, gergelim, girassol e coentro. Esses produtos também podem ser comprados pelos turistas na visitação. O melhor período de visitação é a floração de junho e julho e a colheita vai de outubro a novembro.
Cine RT – Desde 2012 o Cine RT é um dos principais atrativos de Remígio e durante alguns anos, sustentou o título de único cinema de rua da Paraíba. Com o passar do tempo o espaço foi sendo aperfeiçoado, seu idealizador e proprietário Regilson Cavalcante investiu na sua ideia e garante estreias de filmes recém-lançados como em qualquer outro cinema . Regilson cresceu assistindo a filmes neste mesmo local no antigo Cine São José e ainda criança despertou o sonho de ter o seu próprio cinema. Após a morte do antigo dono e com a inatividade do lugar, algum tempo depois ele conseguiu alugar o espaço e comprar a antiga máquina do cinema, consertou-a e iniciou o empreendimento. O Cine RT possui 105 lugares em sala única, também é cedido para programações de filmes educativos para grupos de escolas de Remígio e cidades circunvizinhas.
Maternidade dos negros e Tanques de Pedra – Uma estrutura de pedra que guarda em si momentos vividos por mulheres negras escravizadas, que próximo a conceber os seus filhos eram trazidas para esse espaço denominado maternidade dos negros. A casa feita de pedras tem uma estrutura redonda com cerca de 3m x 2m onde eram realizados os partos e onde ficavam as crianças recém-nascidas.
A estrutura servia como isolamento térmico, afinal, a região é fria, principalmente nas noites de inverno, e isso garantia que as mães e seus filhos não morressem ou desenvolvessem doenças devido ao frio. Segundo historiadores, as crianças nascidas ali passavam dois anos com as mães biológicas, depois, eram separadas delas e criadas pelas mães de leite até ingressarem no trabalho pesado e passarem para as senzalas.
Próximo da maternidade dos negros há também os antigos tanques de pedra que serviam para armazenar água potável, os tanques estão em uma área de lajedo, o que facilitava o escoamento e armazenamento da água por longos períodos.
Cachoeira do Bangalô – Localizada no Sítio Serrinha, Zona Rural de Remígio, fica às margens da Pedra da Serrinha. A água da cachoeira é oriunda do rio Pirangi Miri e a área é livre para acesso e banho, podendo ser visitada a qualquer hora do dia.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba