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CAMINHOS DO FRIO: Areia deve receber 30 mil visitantes nos 18 anos da Rota Cultural

Foto: Evandro Pereira

Guardiã de engenhos, de atrativos naturais, do primeiro teatro construído na Paraíba – o Minerva (1859), da casa onde nasceu o escritor Pedro Américo, Areia é um município paraibano que reúne, em um mesmo lugar, testemunhos históricos, elementos naturais diferenciados e, ao mesmo tempo, novidades trazidas pelo tempo, pois possui food park e meios de hospedagens com modernas instalações. Também é conhecida pela produção da cachaça, algumas ganhadoras de prêmios internacionais.

Situada em local elevado do Brejo paraibano, a cidade registra temperaturas amenas no inverno, e esse ano será a primeira cidade a ser visitada na 18ª edição da Rota Cultural Caminhos do Frio, que começa amanhã.

Ao todo, a Rota Cultural contempla 10 municípios. Segundo a prefeita de Areia, Sílvia César Farias da Cunha Lima, a programação está repleta de atrações. “Preparamos uma programação vasta, cultural. Acredito que vai agradar a todos. Teremos oficinas de música, gastronômica, de drinques e de cordel, que é o tema do Caminhos do Frio esse ano. Ainda vamos ter rotas culturais, além do envolvimento da rede municipal de ensino, com a apresentação do nosso coral municipal, que foi formado na minha gestão”, disse Sílvia.

Segundo ela, as pessoas que visitarem Areia ainda terão a oportunidade de apreciar a apresentação da secular Filarmônica Abdon Felinto Milanez, bem como de outras filarmônicas convidadas. “A programação ainda conta com trilhas ecológicas de flores, cachoeiras, engenhos, além das nossas atrações do final de semana, ocasião em que vamos prestigiar a prata da casa e trazer também artistas renomados, condizentes com o clima do frio e da rota cultural”, acrescentou a prefeita.

Expectativa de público

O secretário de Cultura e Turismo do município, Rinaldo Bandeira da Silva, afirmou que a expectativa é que Areia receba entre 20 e 30 mil pessoas na semana de visitação destinada ao município pelo Caminhos do Frio, que vai até o dia 9.

A maioria do público que costuma comparecer ao evento, cerca de 70%, vem de municípios paraibanos, e o perfil dos visitantes é constituído por famílias completas. “Pois o ambiente de aconchego, frio e atmosfera cultural atraem esse público”, disse Rinaldo.

Além de conferir a programação da Rota Cultural, o visitante ainda terá chance para aproveitar os pontos turísticos da cidade. O artesanato, por exemplo, é um dos diferenciais dos areienses. Mas, o que não falta no lugar é opção de passeio. “Além da programação, temos nosso centro histórico que é tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), com casario histórico bem visitado, que fica próximo da Praça Pedro Américo, que é o coração da cidade”.

O secretário de Cultura e Turismo declarou ainda que durante a semana de visitação incluída no Caminhos do Frio, toda a parte de apresentação cultural será realizada na Praça Pedro Américo, tendo como cenário os casarões históricos. Na parte histórico-cultural, vale lembrar do Museu Casa de Pedro Américo e do Museu Regional de Areia.
Outro destaque da cidade, citada por ele, são os engenhos, fabricantes de cachaças conhecidas nacional e internacionalmente. Um deles é o Engenho Triunfo, produtor da cachaça Triunfo, e que se configura como um importante complexo turístico da região.

Na propriedade, as pessoas podem conhecer a Fábrica de Chocolate, as etapas da produção da cachaça, comprar plantas, passear de pedalinho no lago e optar pela prática de tirolesa. Quem gosta de ficar mais próximo da natureza, também pode participar das rotas das cachoeiras, das flores, além das rotas dos engenhos. “Temos todos esses atrativos, além do Caminhos do Frio”, enfocou o secretário.

De acordo com ele, a ideia é fazer com que o visitante “viva Areia” – com a sua temperatura amena, que chega aos 12º C no inverno, interaja com o povo acolhedor, repleto de histórias para contar, e conheça a história da cidade. “Areia reside dentro de sua história e cultura. O clima ameno convida todo mundo a visitá-la e viver Areia, porque só numa rápida passagem não se consegue captar toda força, potencial e mística que ela tem”.

Rota Cultural chega a 18 anos de fomento do turismo no Brejo
A Rota Cultural Caminhos do Frio comemora os 18 anos de criação, trazendo, para o roteiro de visitações, a inclusão do município da Borborema. A nova integrante da Rota Cultural sediou, no fim de junho, a festa de lançamento da programação 2023 do evento.

A cada edição, o Caminhos do Frio adota um tema cultural e esse ano irá homenagear a literatura de cordel. “O Caminhos do Frio completa 18 anos, e com isso queremos inovar na celebração da literatura de cordel. Todos os anos, nós homenageamos um artista da área musical e esse ano estamos valorizando mais a literatura brasileira. Serão quase 70 dias de programação consecutivos. Esse ano, inovamos, colocando Borborema, que é a nossa caçula”, declarou Jaime Souza, presidente do Fórum de Turismo do Brejo Paraibano, instituição organizadora do Caminhos do Frio.

A equipe do Fórum esteve em Borborema no final de junho fazendo o lançamento da programação para dar ênfase à cidade que está chegando na Rota Cultural. Segundo Jaime Souza, o evento que abrange 10 cidades do Brejo tem o propósito de promover não só o turismo, ou a cultura popular da região, mas promover também o desenvolvimento da economia local.

“Em 2022, criamos uma meta, prevendo que até 100 famílias seriam atingidas com novos empreendimentos do Caminhos do Frio e do Raízes do Brejo, de julho a dezembro, já que somos dois produtos. E esse ano queremos dobrar, porque o Sebrae está entrando fortemente com capacitações, com consultorias durante as rotas, bem como cursos e oficinas. Porque esse também é nosso propósito, profissionalizar o turismo. E a Rota Cultural é uma estratégia dessa”, frisou Jaime.

História 

A cidade de Areia, antiga Vila Real do Brejo d’Areia, surgiu em meados do século 17 e teve origem a partir de um ponto de parada para tropeiros. O lugar era estratégico para o descanso desses trabalhadores e, por muito tempo, o Brejo d’Areia esteve subordinado à Vila de Monte-Mor (Mamanguape). Em 1815 foi desmembrada e, em 1846, elevada à condição de cidade.
Ao longo do tempo, o povo areiense deixou marcas na história brasileira. No século 19, aflorou sua postura revolucionária e aderiu ao movimento libertador de Pernambuco (1817). Ainda contribuiu com a luta da Confederação do Equador (1824). Em 1873, a população também participou ativamente da Revolta do Quebra-Quilos.

Ainda destacou-se nas campanhas abolicionistas que realizou na época da escravatura. Um dado importante é que Areia foi a segunda cidade do país e a primeira da Paraíba a libertar seus escravos, dez dias antes da proclamação da Lei Áurea.

A economia é baseada na agricultura, sobretudo, nos derivados da cana-de-açúcar como a cachaça, a rapadura e o mel. O município conta com mais de 20 engenhos.
Situada no topo da Serra da Borborema, a mais de 600 metros de altitude, o município possui tempera amena ao longo do ano, mas no inverno os termômetros caem para menos de 15ºC, sendo chamada de “Suíça paraibana”.

Destaques culturais

Areia, que reúne uma população de 22.633 habitantes – segundo os Primeiros Resultados de População e Domicílios do Censo Demográfico 2022, é a terra natal de célebres figuras do país.

Entre elas podem ser citadas o pintor Pedro Américo e o escritor e político José Américo de Almeida. A cidade musical possui ainda uma banda centenária (1845): a Filarmônica Abdon Felinto Milanez.

Na arquitetura histórica e cultural se destacam o Theatro Minerva (1859), primeiro teatro da Paraíba; a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (construída pelos escravos, provavelmente, no século 17); e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (século 19).

Programação

8ª Edição da Rota Cultural Caminhos do Frio

Areia – 3 a 9 de julho
Pilões – 10 a 16 de julho
Matinhas – 17 a 23 de julho
Solânea – 24 a 30 de julho
Serraria – 31 de julho a 6 de agosto
Borborema – 7 a 13 de agosto
Remígio – 14 a 20 de agosto
Bananeiras – 21 a 27 de agosto
Alagoa Grande – 28 de agosto a 3 de setembro
Alagoa Nova – 4 a 10 de setembro

Fonte: Jonal A União
Créditos: Polêmica Paraíba