O empresário Francisco Buega Gadelha retorna hoje à Paraíba, mas não deverá retomar suas atividades na Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep). A diretoria da Fiep vai se reunir para decidir quem vai substitui-lo, já que o executivo foi preso e liberado ontem durante a Operação Fantoche, da Polícia Federal. Por decisão do juiz substituto da 4ª Vara, Cesar Arthur Cavalcanti de Carvalho, Buega deverá ficar afastado do cargo e impedido de se aproximar da instituição até o fim das investigações.
O magistrado atendeu a um pedido para derrubar a prisão temporária dos investigados Hebron Costa Cruz de Oliveira, Ricardo Essinger, Robson Braga de Andrade, Francisco de Assis Benevides Gadelha (mais conhecido como Buega Gadelha) e José Carlos Lyra de Andrade na noite de ontem, mas determinou que todos estão proibidos de assumir as funções de dirigentes em seus respectivos departamentos regionais. Também ficou estabelecida a proibição dos dirigentes de acessar ou frequentar as respetivas entidades a que são ligados.
A Operação Fantoche foi deflagrada para desarticular uma organização de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos. Foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão temporária, nos estados de PE, MG, SP, PB, DF, MS e AL.
Segundo informações da PF, um grupo de empresas, sob o controle de um mesmo núcleo familiar, atuava desde 2002 executando contratos firmados por meio de convênios com o Ministério do Turismo e entidades paraestatais do intitulado “Sistema S”. Estima-se que o grupo já tenha recebido mais de R$ 400 milhões decorrentes desses contratos.
As investigações apontaram que o grupo utilizava entidades de direito privado, sem fins lucrativos, para justificar a celebração de contratos e convênios diretos com o Ministério e Unidades do Sistema S. Os contratos eram, em sua maioria, voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados e com inexecução parcial, sendo os recursos posteriormente desviados em favor do núcleo empresarial por intermédio de empresas de fachada.
Fonte: Parlamento PB
Créditos: Parlamento PB