Gerar uma vida é como uma espécie de milagre para uma mulher. Mas é também um momento de inseguranças e que requer muito cuidado e atenção, sobretudo, em tempos de pandemia, onde as gestantes estão incluídas no grupo de risco para covid-19. Dados de um estudo publicado no periódico médico International Journal of Gynecology and Obstetrics identificou que 124 mulheres grávidas ou na fase do puérperio morreram de covid-19 no Brasil. Os números representam 77% das mortes registradas no mundo.
No Dia da Gestante, celebrado neste sábado 15, a obstetra do Hospital do Hapvida em João Pessoa Bárbara Letícia Rodrigues de Oliveira elenca alguns fatores que contribuem para o registro desses tristes números. “Atendimento pré-natal ineficaz com deficiência no diagnóstico de doenças preexistentes e também as próprias enfermidades do ciclo gravídico-puerperal. Falha no seguimento pré-natal, dificuldade na realização de exames de rotina, são alguns fatores que contribuem para o registro desses números”, ressalta.
A obstetra explica que as gestantes enfrentam pela gestação em si um quadro próprio de ansiedade e a covid piorou. “As expectativas em relação ao nascimento e a contaminação. O medo das sequelas e de más formações. É um período de grandes mudanças hormonais que provocam labilidade emocional”, destaca e recomenda que “as gestantes devem evitar ao máximo sair de casa. E quando houver necessidade como, por exemplo, a consulta pré-natal ou exames de rotina deve se proteger com máscara e usar de álcool gel nas mãos”.
A médica lembra que as gestantes podem ainda passar por riscos adicionais, que seriam uma tendência a eventos tromboembólicos devido à estase sanguínea, lentidão no retorno venoso e os hormônios próprios da gestação. Além da imunodeficiência própria deste período. “Todos estes fatores contribuem para que a doença possa se manifestar de forma mais agressiva”, esclarece.
Bárbara Letícia reforça que o pré-natal é fundamental para que se possa diagnosticar doenças e deficiências bem como tratá-las e corrigi-las com medicações ou suporte nutricional. “As queixas devem ser expostas e solucionadas, sempre tendo em mente o que é próprio desta fase e o que merece investigação”, pondera.
Cuidados com alimentação – E por falar em suporte nutricional, a nutricionista da MedPrev do Hapvida em João Pessoa, Danielle Cardoso Santos, reforça que uma alimentação balanceada é também uma forma de manter uma boa imunidade. Com isso, a especialista reforça que a alimentação da gestante “deve ser composta de um balanceamento adequado de nutrientes desde os energéticos caboidratos com fibras como os tubérculos (batata doce, inhame, macaxeira), cereais integrais. Gorduras do bem como abacate, linhaça, castanhas, sementes. Proteínas magras (carnes vermelha e brancas, ovos, laticínios) e as cores maravilhosas desse lindo “arco íris” da saúde que são as frutas e verduras trazendo vitaminas e fibras para esse equilíbrio saudável alimentar”, destaca.
A nutricionista lembra que para mulher grávida existe um nutriente que traz inúmeros benefícios, é o Omega 3. “Diminui riscos de depressão pós-parto, menos risco de diabetes gestacional e saúde cardiovascular materna. Em muitos alimentos encontramos essa “gordura do bem” como farinha de linhaça e peixes”, ressalta.
Outros nutrientes tem seu aporte aumentado e suas importantes funções para desenvolvimento fetal e saúde materna. “Ácido fólico, vitamina A, ferro, vitamina D, E, vitamina do Complexo B, minerais como cálcio, magnésio, fósforo, zinco e Iodo”, elenca.
Danielle Cardoso Santos alerta que no período gestacional devem ser evitados alimentos industrializados cheios de Xenobióticos (conservantes, corantes e excesso de sódio), os ultraprocessados (quanto menos letrinhas nos ingredientes nos rótulos melhor), alimentos prontos, molhos, enlatados, embutidos (salsicha e linguiça), refrigerantes, bebidas alcoólicas. Devem ser evitados ainda alimentos crus ou mal passados, chás e excesso de cafeína.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba