Na Semana Internacional da Fissura Labiopalatina, o Hospital Universitário Lauro Wanderley realiza uma série de ações com usuários atendidos na unidade
Todos os dias, 540 bebês nascem com fissura labiopalatina no mundo todo. Se não tratada adequadamente, essa malformação pode gerar complicações como dificuldade para comer, ouvir, falar e até respirar. Na Paraíba, o Hospital Universitário Lauro Wanderley, da Universidade Federal da Paraíba e vinculado à Rede Ebserh, é referência para o tratamento de crianças fissuradas. Atualmente, mais de 2,4 mil pacientes recebem acompanhamento pela equipe multiprofissional da unidade.
Na Semana Internacional de Fissura Labiopalatina, que teve início no último dia 28, o HULW promove ações junto aos usuários. “Estão sendo realizadas atividades lúdicas relacionadas à autoestima e ao autocuidado. Também são repassadas orientações aos pais sobre a importância do estímulo sensorial para essas crianças”, explicou a cirurgiã-dentista do Serviço, Rosa Helena Wanderley.
Celebrada no período que antecede o Dia Mundial do Sorriso (primeira sexta-feira de outubro), a Semana Internacional de Fissura Labiopalatina tem o objetivo de conscientização sobre o tema no mundo inteiro e é promovida pela Smile Train, maior organização filantrópica internacional de fissura labiopalatina, e um dos maiores parceiros do Serviço de Fissuras do Hospital Lauro Wanderley.
A campanha deste ano, intitulada #540Hoje em alusão ao número de crianças que nascem com a malformação, também leva ações através das redes sociais da Smile Train e junto a parceiros corporativos da entidade para captação de doações com a finalidade de subsidiar cirurgias e tratamentos complementares.
Como buscar atendimento
Se você descobriu que seu filho vai nascer com fissura labiopalatina ou conhece algum bebê que nasceu com a malformação pode buscar atendimento no HULW. O procedimento é bem simples: basta contatar o Serviço e solicitar agendamento através dos telefones (83) 3206-0668 ou (83) 99823-6634. Após a marcação, o responsável pela criança deve comparecer ao hospital portando documentos como certidão de nascimento, cartão do SUS e comprovante de residência.
Antes da pandemia provocada pela covid-19, o Serviço de Fissuras realizava uma média de 400 atendimentos todos os meses. Desde agosto, os procedimentos estão sendo retomados gradativamente a partir da reabertura do ambulatório do HULW e as consultas voltaram a ser realizadas. Todos os atendimentos seguem os rígidos protocolos de segurança elaborados pelo Hospital.
Em setembro, foi a vez do retorno dos procedimentos cirúrgicos queiloplastia e palatoplastia, primeiras cirurgias plásticas reparadoras executadas durante o longo e complexo tratamento das fissuras labiopalatinas. Para a criança que nasce com fissura labiopalatina, a cirurgia reconstrutora é um desafio não somente estético, mas principalmente funcional.
Entenda o que é
As fissuras labiopalatinas são os defeitos congênitos mais comuns entre as malformações que afetam a face do ser humano. O problema ocorre quando certas partes e estruturas da face não se fundem durante o desenvolvimento fetal. Segundo estudos, a condição atinge uma criança a cada 650 nascidas e apenas uma análise genética pode determinar a real causa.
Segundo a cirurgiã-dentista do Serviço de Fissuras Labiopalatinas do HULW, Rosa Helena Wanderley, a reabilitação compreende etapas terapêuticas de acordo com a idade e o crescimento do paciente. O processo envolve a atuação de diversas especialidades, em uma abordagem multiprofissional envolvendo médicos, enfermeiros, dentistas, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social e equipe de técnicos em enfermagem e saúde bucal.
“Em geral, a criança com fissura labiopalatina recebe a cirurgia de lábio nos três primeiros meses após o nascimento, e a cirurgia de fechamento do palato ocorre por volta dos 18 meses de idade. Essas são as chamadas cirurgias primárias. Além dessas, outros atendimentos são indispensáveis para a plena reabilitação, sendo que o abandono ou o não tratamento traz sérias consequências para o paciente”, esclarece Rosa Helena, acrescentando que o acompanhamento durante toda a fase de crescimento da criança é essencial para que o tratamento seja adequado ao desenvolvimento da criança.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba