Em televisão, tudo é feito num grande esforço coletivo. Estrelas cumprem o papel de representar o brilho do imenso conjunto de profissionais por trás das câmeras.
Do reino dos bastidores, onde o público não alcança e nem é apresentado, um dos leões silenciou, nesse fim de semana.
Antônio Rodrigues dos Hino, produtor, diretor e um dos mais importantes de nossa TV, desligou os aparelhos de sua inteligência criativa.
Um talento que deu vida a programas ainda hoje no ar. Uma mente responsável pela iniciação dos principais nomes da telinha paraibana.
Enquanto comunicadores ganhavam corações, mentes e fama, do switcher, Hino – como era carinhosamente chamado – queimava pestanas e neurônios para garantir plástica, sincronia, audiência e sucesso.
Era detentor de sensibilidade à toda prova, capaz de enxergar rapidamente um talento em potencial diante de seus olhos. De corrigir erros e burilar qualidades. Os exemplos são pródigos e estão no ar para testemunhar.
Com ele, tive a felicidade de trabalhar em duas emissoras. Em todas as oportunidades, aprendi mais sobre um veículo muito maior do que o glamour. TV é transpiração a exigir compromisso, seriedade e muita, muita transpiração.
Na Arapuan, Antônio Hino foi além de um dos fundadores. Soube se fazer líder e coração propulsor até as suas próprias últimas batidas.
Pelo seu talento, oscilou entre Arapuan e Correio, onde primeiramente lançou suas bases e ajudou a erguer o que hoje é afiliada da Record, em idas e vindas, sem rancores e nem traumas.
Sempre deixando portas abertas, marca de sua natureza forte, mas facilmente derretida pela sua capacidade de ser conquistado pelas emoções e gestos.
Hoje, no livro da televisão da Paraíba, uma página está de luto. Nessa construção, que já soma décadas, perdemos um dos seus mais respeitados engenheiros, cuja energia e força de trabalho lhe faziam também operário de primeira grandeza.
Sai de cena Antônio, mas Hino fica aqui ecoando, entre nós. Seu legado continua no ar!
Fonte: Heron cid
Créditos: Heron cid