Em meio às belezas naturais da Paraíba, um símbolo de cultura e religiosidade enfrenta o descaso e o abandono há oito longos anos. A estátua de Iemanjá, localizada em uma praça na beira do mar de Cabo Branco, permanece decapitada desde março de 2016, quando se tornou mais uma vez, de atos de vandalismo e intolerância religiosa.
Em abril de 2013, a estátua teve sua cabeça arrancada e as mãos decepadas pela primeira vez. À época, o Patrimônio Artístico e Cultural de João Pessoa restaurou a imagem da divindade considerada pelas religiões de matriz africana rainha do mar, mas a estátua foi vandalizada novamente.
Revitalização não saiu do papel
A Secretaria de Planejamento de João Pessoa (Seplan) informou ao Jornal da Paraíba que o projeto de reconstrução da praça de Iemanjá está sendo submetido para análise da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e aguarda o sinal verde para início de licitação.
De acordo com nota emitida pela Seplan, o orçamento para a obra é de R$ 662,7 mil e a organização quer revitalizar o local em que a praça está, além de conceder uma nova estátua, substituindo a anterior, que está decapitada e também com a pintura danificada.
A Seplan informou também que o projeto de revitalização da praça inclui a recuperação da arquibancada existente no local, a substituição da estátua, a inclusão de bancos e um largo para realização de eventos, além de estacionamento.
O Jornal da Paraíba solicitou o esboço do projeto da praça à Seplan, que informou que existe um plano de elaborar uma maquete eletrônica da obra. No entanto, o órgão disse que no momento só tem a planta baixa do projeto e que não vai divulgar essas imagens.
O órgão ainda disse que esse projeto já está aprovado pelo Comitê Gestor da Orla e aguarda manifestação favorável da Superintendência de Patrimônio da União (SPU) para que a partir disso o processo de licitação da obra comece.
No entanto, em contato com o Jornal da Paraíba, o superintendente de patrimônio da União, Giuseppe Marinho, disse que o processo de revitalização ainda não chegou no órgão para que ele desse qualquer tipo de parecer, seja favorável ou não.
O Fórum de Diversidade Religiosa da Paraíba considera que a demora por parte do poder público para resolver a situação aconteça devido “ao fato de ser uma religião de pretos”. O dia 2 de fevereiro comemora o Dia de Iemanjá em algumas regiões do Brasil.
*Com G1PB
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba