O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) decidiu pela manutenção da prisão do prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima. O julgamento foi realizado na manhã desta quarta-feira (23) e se estendeu até o início da tarde.
Se posicionaram a favor da soltura: Marcos William, Abraaão Lincoln e Silva Ramalho.
A favor da permanência na prisão votaram: Oswaldo Trigueiro, Leandro dos Santos, João Benedito, Carlos Beltrão, Eduardo Brito, Saulo Benevides, Marcos Cavalcanti, João Alves, Frederico Coutinho e José Ricardo Porto.
Relembre o Caso -Berg foi recolhido à carceragem no dia 5 de julho após ter sido detido num restaurante da cidade por suspeita de tentar extorquir um fornecedor da prefeitura. Ele estava acompanhado de auxiliares quando foi interceptado por policiais da Delegacia de Defraudações de João Pessoa e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.
Ele foi flagrado, em vídeo, recebendo o dinheiro. As imagens mostram um fornecedor da prefeitura de Bayeux contando o dinheiro, que soma R$ 4 mil, e entregando ao prefeito. De acordo com a Polícia Civil, o montante seria uma contrapartida para que o empenho do empresário fosse liberado. Nas imagens, após a contagem do dinheiro, o prefeito faz uma ligação para um secretário, solicitando a liberação do empenho.
A investigação – O delegado Lucas Sá disse ainda que a denúncia foi feita pelo comerciante em meados de abril. “O comerciante seria contratado da Prefeitura de Bayeux e que forneceria a alimentação para a rede de saúde municipal e que existiam R$ 77 mil empenhados da gestão anterior que ele precisava receber, caso contrário a empresa teria que fechar suas portas. Indagando o atual prefeito, depois de muita dificuldade conseguiu ter um acesso direito a ele, e ele inicialmente disse que não iria liberar valor nenhum da gestão passada. E aí o comerciante cobrou mostrando que estava entregando os produtos corretamente, que tinha vencido a licitação, que os valores eram devidos, inicialmente pelo que foi informado à Defraudações em meados de abril, o prefeito iria liberar R$ 15 mil da gestão passada contanto que o comerciante desse R$ 5 mil reais pra ele. Foi daí que tudo começou”, revelou.
A autoridade policial seguiu: “O comerciante imaginou: tem R$ 100 mil reais empenhados a receber. Se cada pagamento, que variava de R$ 15 a 20 mil, ele tivesse que dar R$ 5 mil ao prefeito, ele não teria mais como operar, além de ser uma conduta extremamente grave um prefeito em exercício solicitando propina para uma pessoa que tem uma licitação, que cumpre os seus requisitos possa receber seus pagamentos”, explicou.
Crimes – Berg Lima responderá pelos crimes de peculato e corrupção passiva. Também vai responder pelos crimes da legislação própria de crimes de responsabilidade. “O Gaeco e a Polícia Civil já representaram pelo afastamento imediato do cargo de prefeito”, ponderou Lucas Sá.
Créditos: Tambaú 247