76% dos casos de câncer de cabeça e pescoço são diagnosticados em estágio avançado

Este ano, devem ser registrados 36.620 novos casos de câncer de cabeça e pescoço, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em média, 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado, o que dificulta o tratamento, além de elevar a taxa de mortalidade. Para chamar atenção para a necessidade do diagnóstico precoce, este mês é realizada a campanha Julho Verde, que chama atenção para a doença.

O oncologista clínico do Hapvida, Fernando André Costa, alerta para fatores de risco para a manifestação de câncer de boca e pescoço, como tabagismo (cigarro, charuto, narguilé e cigarro eletrônico), contágio com o Papiloma vírus humano (HPV) através do sexo oral sem proteção, falta de higiene bucal e traumas repetidos na boca, como dentaduras mal adaptadas. Outros fatores como exposição solar sem proteção na pele, exposição ao agrotóxico ou outros elementos químicos e infecção pelo vírus EBV (que causa mononucleose infecciosa), também podem facilitar o surgimento de células cancerígenas.

“Precisamos falar sobre quais sintomas devem estar surgindo que sugerem que um paciente possa ser portador de um câncer de cabeça e pescoço. Os pacientes precisam estar atentos a lesões esbranquiçadas, avermelhadas, lesões aftosas, lesões ulceradas na região de boca, cavidade oral e lábio, que persistem por mais de duas a três semanas. Também podem surgir uma rouquidão persistente e surgimento de nódulos, principalmente na região do pescoço (as famosas ínguas), sangramento ou saída de secreção pelo nariz, ou forte dor de cabeça que persiste pelo mesmo período de tempo. Todos os sintomas merecem uma avaliação médica”, alertou o médico.

De um modo geral, o câncer de cabeça e pescoço pode surgir na cavidade oral, laringe, na tireoide e em outras localizações adjacentes. O diagnóstico tardio impacta o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. Isso porque, os sintomas são negligenciados por parte da população. De acordo com Fernando André Costa, a eficácia do tratamento pode ser assegurada pelo diagnóstico precoce, o que pode evitar sequelas no paciente.