A presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Paraíba (Cosems-PB), Soraya Galdino, se pronunciou neste sábado (08) sobre o relatório do Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB), que apontou uma série de supostas irregularidades na vacinação contra a Covid-19 na Paraíba, a exemplo de 341 pessoas que já estariam mortas e que mesmo assim constam no sistema como imunizadas.
Em entrevista ao Polêmica Paraíba, Soraya informou que os falecidos que constam no relatório do TCE podem ter ido a óbito depois de terem tomado a primeira dose da vacina, antes de completarem o ciclo de imunização, que ocorre com a segunda dose. Na avaliação dela, o relatório deve ser aprofundado e contextualizado, e os números divulgados preliminarmente pela Corte não podem ser objeto de conclusões precipitadas.
“Essa declaração do TCE é uma informação bruta. É preciso analisar os dados e qualificá-los, pois realmente houve pessoas que tomaram a primeira dose da vacina, foram infectadas e foram a óbito. É necessário que se observe isso, pois se houver uma só pessoa em cada município, já chega em 223 pessoas. Então é uma informação que precisa ser qualificada”, disse.
Em relação aos CPFs inexistentes apontados pelo TCE, Soraya argumentou que, no momento do registro da vacina, algumas pessoas fornecem apenas o Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) ou estão com o número do CPF desatualizado. “Há pessoas que estão com o CPF desatualizado, e no sistema consta como se ela não tivesse CPF. É necessário que o TCE mande isso em relação a cada município para que a gente qualifique essa informação”, declarou.
Ainda conforme Soraya, o Cosems-PB deverá solicitar, na próxima segunda-feira (10), os detalhes do relatório ao TCE.
Supostas irregularidades
A auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que quase 55 mil pessoas do outros estados e pelo menos 341 pessoas que já estariam mortas foram vacinadas na Paraíba. O levantamento encontrou diversas irregularidades no acompanhamento da campanha de vacinação contra Covid-19. Além disso, na lista de vacinados há CPFs inexistentes de 8.973 pessoas e a imunização de 30 pessoas menores de idade.
Os dados foram cruzados com informações com diversas bases de dados – como a do Sistema Nacional de Óbitos. Esses dados levantados pelo TCE são calculados a partir do total de vacinas aplicadas. Dentre as irregularidades apontadas, estão: inconsistências relativas à faixa etária; intervalo entre doses menores que o recomendado; inconsistências relativas ao cargo/função; aplicação de doses de fabricantes diferentes; ocupantes de cargo eletivos vacinados e menores que tomaram vacinas.
O que diz a Secretaria de Estado da Saúde
Para o secretário de saúde da Paraíba, o médico Geraldo Medeiros, são os municípios paraibanos que devem prestar esclarecimentos sobre as supostas irregularidades encontradas em auditoria do TCE. “É prerrogativa dos municípios. A atribuição da Secretaria Estadual de Saúde é receber, armazenar e distribuir as vacinas. O ato de vacinar, a digitação correta dos dados do vacinado no Sistema Integrado do Programa Nacional de Imunização e a responsabilidade civil destes atos representam atribuição dos municípios”, explicou.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba