Única governadora empossada, ontem, em todo o país, a petista Fátima Bezerra disse que recebeu no Rio Grande do Norte um legado dramático, agravado por uma enorme crise fiscal. “Estamos herdando uma dívida de R$ 2,6 bilhões e três folhas de pagamento dos servidores públicos atrasadas”, desabafou. Fátima é natural de Nova Palmeira, na Paraíba, mas vive no Rio Grande do Norte desde a adolescência. Após se formar na Universidade Federal potiguar, lecionou na rede pública de ensino. Foi deputada estadual por dois mandatos.
Pelo menos 27 governadores de Estados e do Distrito Federal tomaram posse, ontem, em meio a discursos recheados de lamentos sobre as conjunturas que vão administrar e pontuados de promessas de empenho para reverter o cenário desfavorável. Houve peculiaridades. No Piauí, José Wellington Barroso de Araújo Dias, do PT, foi empossado para iniciar seu quarto mandato no Estado. Ele foi eleito em 2002, 2006, 2014 e nas últimas eleições. Em Brasília, o advogado IbaneisRocha,do MDB, destacou a vontade de mudança da população e lembrou que numa pesquisa eleitoral de 5 de agosto só tinha 0,7% das intenções de voto, chegando ao segundo turno com 70% dos sufrágios.
No Rio de Janeiro, Wilson Witzel, do PSC, reiterou em seu discurso o compromisso com o combate à corrupção e ao crime organizado. Ele começou com a assinatura de um decreto que se propõe à redução dos gastos públicos dos órgãos estaduais na ordem de 30%, na comparação com os valores liquidados no exercício de 2018. A contenção de gastos também foi tema do discurso de posse do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do “Novo”. Ele ressaltou que a situação de falência em que Minas Gerais se encontra é preocupante, mas alertou que o espírito público deve nortear os representantes dos eleitores mineiros.
Em São Paulo, o governador eleito João Doria, do PSDB, defendeu a reestruturação do seu partido durante a cerimônia de posse na Assembleia Legislativa. Segundo Doria, é necessário ter coragem para mudar e sintonizar para atender aos anseios da sociedade. Também expressou que vai continuar morando na mesma casa, onde vive há 14 anos. Definiu que o Palácio dos Bandeirantes será “o palácio do trabalho”. No Rio de Janeiro, chamou a atenção da imprensa mundial a desgraça que acometeu quatro ex-governadores, inclusive, com prisões, a exemplo do que se deu com Luiz Fernando Pezão, Sérgio Cabral, Anthony e Rosinha Garotinho.
Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes