Sobrevivência

Tião Gomes vê sobrevivência para pequenos partidos via Lava Jato

A Operação Lava Jato está sendo encarada por dirigentes de pequenos partidos como aliada para garantir a sua sobrevivência política, fugindo da temida cláausula de barreira que deve vigorar já a partir das eleições do próximo ano.

A Operação Lava Jato está sendo encarada por dirigentes de pequenos partidos como aliada para garantir a sua sobrevivência política, fugindo da temida cláausula de barreira que deve vigorar já a partir das eleições do próximo ano. O presidente do PSL na Paraíba, Tião Gomes, defende esse raciocínio. Para ele, muitos políticos que não estão envolvidos nos escândalos da Lava Jato não se sentem à vontade nas agremiações acusadas de participação e, sendo assim, tendem a migrar para partidos não contaminados.

Tião Gomes acredita, mesmo, que haverá uma grande mudança depois da Lava-Jato. “A cláusula de barreira não nos preocupa porque teremos o número exigido de votos estabelecido, além de um crescimento significativo no número de filiados”, preconiza. O deputado Genival Matias, presidente do PT do B, endossa o argumento e afirma: “Trabalhamos com a perspectiva de fortalecimento do partido. O PT do B está se preparando para a hipótese de vir a reforma e se adequar à realidade dela decorrente”. O parlamentar assegura ter convicção de que haverá migração de políticos como reflexo do desconforto em legendas nas quais estão atualmeente filiados. Por via de consequência, estima que os partidos menores tendem a crescer. “E cresce quem tem um passado limpo, se organiza e trabalha”, destacou.

Os cenários de mudança na conjuntura partidária nacional têm sido discutidos informalmente entre líderes de vários partidos, que buscam extrair lições dos episódios que nos últimos anos desgastaram legendas e ameaçaram a perspectiva de poder que algumas vinham encarnando. O PT do B deseja alterar, inclusive, a denominação, como estratégia para não se confundir com a conjuntura desgastante que se abate sobre as legendas. O partido vai se chamar “Avante” e o deputado Genival Matias confirma que essa é uma manobra para guardar distância da lembrança do Partido dos Trabalhadores, possívelmente o mais afetado com os escândalos e com a repercussão negativa desencadeada junto ao eleitorado. “Avante”, de acordo com informações de Genival Matias, recebe novos filiados diariamente e já conta com 20 postulantes ao mandato de deputado estadual e oito ao mandato de deputado federal.

– Tivemos bons resultados desde 2010. É tanto que fomos o segundo partido mais votado na Capital, perdendo somente para o PSB e isso representa o fortalecimento orgânico do nosso partido – finaliza Genival Matias.