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VEJA VÍDEO: Silvio Santos dá 'puxão de orelhas' em Rachel Sheherazade

Durante a entrega, ontem, dos troféus “Imprensa”, de edições anteriores, Sílvio Santos aproveitou para dar um “puxão de orelhas”

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Durante a entrega, ontem, dos troféus “Imprensa”, de edições anteriores, Sílvio Santos aproveitou para dar um “puxão de orelhas” nos apresentadores Danilo Gentilli e Rachel Sheherazade, advertindo-os para não comentar assuntos políticos, sob alegação de que isto lhe cria problemas. A paraibana Rachel Sheherazade ainda tentou ponderar que fora contratada a mando do próprio Sílvio para emitir opiniões nos telejornais do SBT. O “homem do baú” contestou, dizendo que Rachel foi contratada para exibir seu talento e sua beleza e não para fazer comentários sobre temas polêmicos.

Rachel Sheherazade trabalhava na TV Tambaú em João Pessoa em 2011 quando fez um comentário em estúdio sobre os transtornos causados à população da Capital paraibana pelas prévias carnavalescas. A contundência do comentário repercutiu nacionalmente e alcançou milhares de visualizações no YouTube. A apresentadora chegou a ter apoio de gente famosa, como a autora de novelas Gloria Perez. O próprio Sílvio Santos, que estava no exterior, ao tomar conhecimento do teor das opiniões, orientou sua produção em São Paulo, em 2011, a contratar Rachel Sheherazade para atuar na sede do SBT. Ela saiu de João Pessoa e ganhou destaque como apresentadora do telejornal na bancada do SBT, dividindo espaço com profissionais veteranos.

Rachel sempre criou problemas no SBT, onde Sillvio Santos empenha-se em não criar problemas com governos de plantão, que são permissionários de concessões para a exploração de canais de rádio e TV, além de serem anunciantes cativos da emissora. A paraibana foi advertida várias vezes, inclusive, em público, aparentemente em tom de brincadeira. Ainda ontem, após o “puxão de orelhas” de Sílvio, ela tentou argumentar que fora contratada com a condição de comentar livremente qualquer assunto. Sílvio respondeu que não. “Você foi contratada para exibir seu talento e sua beleza”, alfinetou. Os dois apresentadores ficaram visivelmente constrangidos perante o público com as advertências de Sílvio Santos. A jornalista comprou várias brigas com setores liberais da sociedade, que a acusaram de “reacionária” e “direitista”. O pior momento foi quando ela apoiou, no vídeo, o linchamento de um suposto ladrão, por populares, no Rio de Janeiro. Entidades de defesa dos direitos humanos protestaram com veemência contra o comportamento da apresentadora.

Rachel Sheherazade é autora de um livro intitulado “O Brasil Tem Cura”, que foi lançado em várias Capitais, inclusive, João Pessoa. O historiador Marco Antonio Villa disse que o livro faz uma radiografia, sem máscaras, da conjuntura nacional. “Partindo de uma análise histórica, Rachel Sheherazade identifica alguns dos problemas que adoecem o Brasil e propõe caminhos para saná-los. A obra se guia pelo pressuposto de que o país só será passado a limpo se cada brasileiro fizer a sua parte e passar a agir com integridade inegociável, ensinando essa postura às novas gerações”, afirmou, concluindo: “O Brasil Tem Cura é uma reflexão criativa e pessoal sobre a conjuntura complexa que vive o nosso país. A autora não tem papas na língua, não se esconde, não tem medo”. Ontem, Sílvio Santos insinuou a Rachel, em público que se ela quisesse emitir opiniões políticas tomasse a iniciativa de comprar um canal de televisão.

Paradoxalmente, Sílvio tentou ingressar na política e lançou-se candidato a presidente da República em 1989, tendo como vice o então senador paraibano Marcondes Gadelha, que era do PFL. A chapa teve o registro cassado pelo TSE sob a alegação de irregularidades no processo. Nos bastidores, surgiram versões de que o então todo-poderoso dono das Organizações Globo, Roberto Marinho, havia pressionado para a retirada de Sílvio do páreo, o mesmo ocorrendo com Fernando Collor de Melo, que acabou sendo eleito. Em 92, Collor foi alvo de processo de impeachment sob acusação de envolvimento com o esquema PC Farias, comandado pelo seu ex-tesoureiro de campanha. Passou oito anos com os direitos políticos inabilitados.

Fonte: Os guedes