Confirmando especulações que vêm se arrastando há meses, a jornalista paraibana Rachel Sheherazade, âncora do SBT Brasil, não deverá seguir na emissora do empresário e animador Sílvio Santos. Crítica ao presidente Jair Bolsonaro, seu contrato, que vence em outubro, não será renovado pelo Sistema Brasileiro de Televisão. A informação foi confirmada pelo colunista Ricardo Feltrin, do portal UOL, salientando que o vínculo contratual se estende até o dia 31 do próximo mês.
A coluna aponta que um dos motivos para a saída de Sheherazade pode ser o alto salário pago a ela, que apresenta o principal noticiário da emissora. Canais de TV aberta e fechada estariam atrás de Sheherazade, que foi sondada pela rede CNN Brasil, recentemente em funcionamento, e pela Band News. Para além da questão salarial, há a motivação política. Sílvio Santos vinha se incomodando com a postura de Sheherazade de tecer opiniões em cima de notícias que divulga no telejornal do SBT. As críticas contra o governo do presidente Jair Bolsonaro passaram a ter repercussão negativa no Palácio do Planalto e desencadearam pressões para a demissão da apresentadora.
Num primeiro momento, a título de represália, Sílvio Santos, que chegou a chamar publicamente Jair Bolsonaro de “patrão”, referindo-se ao fato de que o SBT é uma concessão do governo federal, proibiu Rachel Sheherazade de fazer comentários políticos no telejornal da emissora. Uma outra punição imposta a ela foi a de não apresentar a edição de sexta-feira do telejornal. Tida como rebelde, Rachel Sheherazade passou a opinar sobre assuntos polêmicos em seu canal no YouTube. Ela está há nove anos na emissora de Sílvio Santos, tendo atuado na TV Tambaú, afiliada do SBT em João Pessoa, e em outros veículos de comunicação, como emissoras de rádio. Ultimamente – mais precisamente em fevereiro – a âncora do SBT Brasil chegou a relatar ameaças de morte feitas por bolsonaristas.
Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes