O deputado federal Pedro Cunha Lima, do PSDB-PB, afirmou, ontem, que seu empenho é com vistas a evitar a prorrogação de mandatos de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores por causa das medidas de isolamento social ocasionadas pela pandemia do coronavírus. Considera que a prorrogação é uma medida antidemocrática e não consulta a vontade popular, daí porque admite o adiamento das eleições, em dois turnos, para o mês de dezembro de 2020, conforme proposta apresentada na Câmara. O parlamentar reconhece que talvez seja impraticável a efetivação das eleições no prazo fixado pelo atual calendário eleitoral (para outubro), prevendo que tudo vai depender da curva de ascensão ou queda da disseminação da Covid-19.
O parlamentar, cujo avô, Ronaldo Cunha Lima, foi beneficiado por uma prorrogação de mandato de dois anos quando se elegeu prefeito de Campina Grande em 1982, reconquistando um cargo do qual havia sido afastado por força de cassação decorrente do Ato Institucional Número Cinco, na ditadura militar, comentou a indefinição sobre o pleito deste ano em declarações ao “Correio Debate”, da TV Correio, ontem. Disse ter conhecimento de sugestões que estão sendo feitas para a decretação da prorrogação dos atuais mandatos a pretexto de unificação das eleições em 2022. De sua parte, considera que, se tiver que ocorrer prorrogação em virtude da pandemia do coronavírus, que a sua duração seja rápida, estendendo-se apenas pelo primeiro semestre do próximo ano, logo havendo o restabelecimento da escolha direta que, a seu ver, é o que dá legitimidade aos mandatos políticos.
Presidente da Comissão de Educação da Câmara Federal, o deputado Pedro Cunha Lima alertou que são muitos os impactos causados pela pandemia ao calendário das escolas públicas do país, observando que a adoção de aulas à distância, via recursos tecnológicos e digitais, não alcança um grande público em consequência das desigualdades sociais verificadas “no recorte demográfico brasileiro”. Para ele, o acesso à internet é inviável para milhares de estudantes originários de camadas pobres da sociedade, o que torna discriminatória e elitista a prática do Ensino à Distância nesse período específico de calamidade. Indagado sobre a atuação da bancada paraibana, coordenada pelo deputado federal Efraim Filho (DEM), no momento de crise, o tucano Pedro Cunha Lima ressaltou que ele e seus colegas têm procurado se pautar, na destinação de recursos provenientes de emendas, pelo atendimento às necessidades urgentes, focadas em equipamentos e ampliação de hospitais públicos para fazer face à calamidade. “Estamos mobilizados em caráter permanente, em gestos de solidariedade para com os que estão sofrendo as consequências dessa pandemia”, finalizou o deputado.
Fonte: Os Guedes
Créditos: Polêmica Paraíba