Fevereiro

Pacheco pode enfrentar concorrência na luta para comandar Senado

foto: reprodução

Até então favorito absoluto na corrida pela presidência do Senado, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem como um dos escudeiros o senador paraibano Veneziano Vital do Rêgo (MDB), seu primeiro vice-presidente, vive a iminência de enfrentar um concorrente no pleito de primeiro de fevereiro em que tentará a recondução ao posto. Nas últimas horas intensificou-se em Brasília a mobilização de parlamentares expoentes do bolsonarismo para viabilizar a candidatura do senador Rogério Marinho (PL-RN) à presidência e torná-la efetivamente competitiva no páreo, atrapalhando os planos de Pacheco. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, anunciou a formação de um bloco com o Republicanos e o PP para apoiar a candidatura de Rogério Marinho. Juntas, as três siglas contam com 24 representantes na Casa.

Em nota divulgada com a imprensa, Valdemar afirmou que o bloco dá musculatura política a Marinho, que deseja resgatar a independência e o protagonismo do Senado Federal. Na prática, a manobra constitui uma revanche dos bolsonaristas contra Rodrigo Pacheco, que supostamente teria traído compromissos assumidos à frente do Poder em relação à autonomia do Senado e à representatividade dos partidos no Congresso. A bancada do PT abriu mão de lançar candidato ao cargo, por recomendação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e teoricamente está fechada com a recondução de Rodrigo Pacheco, que chegou a ser cogitado em 2022 para disputar a presidência da República. Os três partidos que se articulam contra Rodrigo abrigam políticos da base de apoio do ex-presidente Bolsonaro como o ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). PL, PP e Republicanos também formaram a coligação em torno da candidatura de Bolsonaro no pleito do ano passado.

Rodrigo Pacheco mantém-se como favorito, sendo reforçado por aliados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que estão espalhados por outras legendas. A sua campanha, segundo o UOL, é coordenada pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), assim como em 2021. Responsável pela interlocução com partidos de centro, a exemplo do Podemos e do PSDB, o congressista tenta costurar acordos sobre a distribuição de espaços na Mesa Diretora e em comissões permanentes. Além de Veneziano Vital do Rêgo, Rodrigo Pacheco tem o apoio ostensivo dos senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), este líder do governo no Congresso (figura recriada na terceira gestão do presidente Lula). São necessários pelo menos 41 votos favoráveis para ser eleito presidente do Senado e as articulações são intensas nos bastidores entre os partidários de Rodrigo Pacheco e, agora, do senador Rogério Marinho.

Os aliados de Marinho estimam conseguir 45 votos. Congressistas que apoiam Pacheco, por sua vez, esperam angariar cerca de 50 votos para o senador. No dia primeiro de fevereiro serão empossados os 27 senadores eleitos em outubro do ano passado. Além de fazerem o juramento, eles comunicarão sua filiação partidária e o nome parlamentar. Em seguida, haverá uma segunda reunião para a eleição do presidente do Senado para o biênio 2023-2024. Depois, farão uma terceira sessão para eleger os demais integrantes da Mesa Diretora. São as chamadas reuniões preparatórias que marcam o início da nova legislatura. A bancada paraibana no Senado passará a contar com um novo integrante – o senador eleito Efraim Filho, do União Brasil. Ele assumirá a vaga ocupada pela senadora Nilda Gondim (MDB), que sucedeu ao senador José Maranhão (MDB), que morreu vítima de complicações da Covid-19. Uma terceira integrante da bancada da Paraíba é a senadora Daniella Ribeiro (PSD), cujo filho, Lucas Ribeiro, elegeu-se vice-governador na chapa encabeçada por João Azevêdo (PSB) à reeleição.

Na Câmara dos Deputados, salvo fato excepcional relevante, deverá ser pacífica a recondução do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) à presidência. Ele conta, inclusive, com o apoio de políticos petistas e já dialogou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprometendo-se a agilizar pautas de interesse do Palácio do Planalto naquela Casa. Lira reúne apoios, também, de integrantes da base bolsonarista na Câmara dos Deputados. O PL do ex-presidente da República tem a maior bancada na Câmara, com 99 membros, seguido do PT com 68 deputados e do União Brasil com 59. O PP conta com 47 parlamentares, o MDB tem 42, mesmo número do Republicanos, o PDT tem 17 e o PSB 14, ficando o PSDB com 13 membros. É grande a expectativa sobre a nova legislatura em virtude de pautas polêmicas que estão previstas e de reformas que estão sendo encaminhadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: Os Guedes
Créditos: Polêmica Paraíba