O presidente Jair Bolsonaro escolheu o ex-advogado-geral da União André Luiz de Almeida Mendonça como novo ministro da Justiça e da Segurança Pública, substituindo a Sergio Moro, que se demitiu na semana passada. Também foi confirmado o nome de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Moro saiu da Pasta denunciando interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal, o que passou a ser investigado em inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal, por iniciativa do ministro Celso de Mello. As duas nomeações foram publicadas no Diário Oficial da União desta terça-feira.
Mendonça ganhou destaque no noticiário em meados do ano passado, depois que Bolsonaro cogitou a indicação do seu nome ao Supremo Tribunal Federal e disse que ele se encaixava na definição “terrivelmente evangélico”. Quando foi anunciado pelo presidente para a AGU, Bolsonaro disse que Mendonça era “um advogado com ampla vivência e experiência no setor”. Sergio Moro, que não concordou com a exoneração, pelo presidente, do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, era o principal nome do atual governo. Tinha popularidade mais alta do que a do presidente, conforme pesquisa do Datafolha. As taxas giram acima dos 50% de aprovação, enquanto a do presidente Bolsonaro patina abaixo dos 40%.
O substituto de Mendonça na AGU, conforme o site UOL Notícias, é José Levi Mello do Amaral Júnior, que até então atuava como procurador-geral da Fazenda Nacional. O novo ministro da Justiça e Segurança Pública André Luiz de Almeida Mendonça tem 47 anos, 20 deles como advogado da União e frequenta a Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, que adota uma linha mais progressista dentro do segmento evangélico e evita a abordagem de temas político-partidários em cultos. Por outro lado, o ministro Celso de Mello autorizou a abertura de um inquérito contra o presidente Bolsonaro. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República após declarações dadas na sexta-feira pelo agora ex-ministro da Justiça Sergio Moro quando anunciou sua demissão do cargo, de que o presidente queria interferir na PF para ter acesso a investigações sigilosas do órgão.
Moro também disse que não autorizou o uso de sua assinatura eletrônica, que apareceu no decreto de exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. O presidente, em pronunciamento feito ao lado de quase todos os ministros e ocupantes de cargos importantes do governo, refutou as acusações. Em Brasília, o juiz federal Ed Lyra Leal, da Vigésima Segunda Vara Federal, negou liminar aos senadores Randolfe Rodrigues e Fabiano Contarato, da Rede Sustentabilidade, para suspender a exoneração do ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo, pivôt da saída de Sergio Moro. A decisão mantém a demissão do ex-chefe da PF.
Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes