O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode assinar nos próximos dias a carta em defesa da democracia divulgada na semana passada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O tópico tem sido discutido pelo comando da campanha do ex-presidente, que até agora não quis aderir ao manifesto para não partidarizar o debate, segundo tem dito a aliados. O fato de candidatos à Presidência da República de outros partidos terem assinado a carta fez com que nomes próximos a Lula passassem a defender a ideia de que o ex-presidente também subscreva o texto.
Ciro Gomes, do PDT, Simone Tebet, do MDB, André Janones (Avante) e Luiz Felipe d’Avila (Novo) assinaram o manifesto que foi idealizado por juristas e ganhou força após a adesão de empresários, artistas e outras personalidades. Nesta semana, o candidato a vice na chapa com Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) também assinou. Outros petistas são signatários da carta, como o deputado federal e coordenador de comunicação da campanha do ex-presidente, Rui Falcão. A avaliação inicial dos aliados de Lula era a de que qualquer aproximação do ex-presidente com o movimento poderia fazer com que o ato programado para o dia 11 de agosto fosse considerado partidário e favorável ao PT.
Lula parabenizou publicamente os organizadores da iniciativa mas não assinou a carta até o momento. Para os petistas, quanto menor a identificação do evento com o ex-presidente maiores as chances de haver uma ampla mobilização da sociedade, o que, por si só, é considerado vantajoso para a campanha do PT. O cenário mudou com a dimensão que o manifesto ganhou, segundo avaliam os petistas e, especialmente, a adesão de outros candidatos. “Lula não precisa assinar o manifesto para demonstrar compromisso com a democracia, mas, se o fizer, fará no momento certo, respeitando a autonomia e o suprapartidarismo da iniciativa”, afirma um dos principais aliados do ex-presidente, Marco Aurélio Carvalho. Como coordenador do grupo Prerrogativas, Carvalho tem ajudado a articular adesões ao manifesto.
Fonte: Os Guedes
Créditos: Polêmica Paraíba