O engenheiro Milton Bezerra Cabral, nascido em Umbuzeiro a seis de outubro de 1921, filho do líder populista Severino Cabral, o “pé de chumbo”, que se projetou em Campina Grande, foi investido excepcionalmente no governo da Paraíba em 15 de junho de 1986, por via indireta, mediante escolha da bancada situacionista na Assembleia, para cumprir até 1987 o restante do mandato de Wilson Braga, que se desincompatibilizara para concorrer ao Senado. O vice-governador José Carlos da Silva Júnior, empresário, também renunciara para assumir a candidatura ao governo pelo PDS. Desistiu da disputa ao perceber que estava sendo “cristianizado” pelas bases e recusar pressões para financiar candidaturas. A oposição tentou barrar a posse de Milton como “governador-tampão” na Justiça, tendo acionado o procurador-geral da República. O senador Humberto Lucena (PMDB) alegava coerência doutrinária. Líderes oposicionistas defendiam a permanência no cargo, por dez meses, do desembargador Rivando Bezerra, presidente do Tribunal de Justiça. Milton qualificava de bobagem a articulação. Rivando ainda recorreu, através de liminar, da decisão anulando a eleição indireta. O PMDB tentou sensibilizar a Justiça a convocar eleições diretas, o que não prosperou.
Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes