O arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Manoel Delson, afirma que no atual período eleitoral, de forma objetiva e com sobriedade, é importante para o cristão criar uma consciência política madura, sólida, de modo a identificar quais os candidatos que comungam dos valores cristãos, não apenas com palavras mas com gestos e testemunho de vida. Em artigo publicado no jornal “Correio da Paraíba”, o arcebispo alerta que é comum, neste período, a demagogia de muitos, além dos discursos oportunistas. “No entanto, é importante ver o passado, investigar sem paixões mas com responsabilidade o histórico dos candidatos, os seus posicionamentos ou a ausência deles, as suas incoerências, enfim, o testemunho autêntico de competência e coerência na vida pública, a fim de formar um juízo de valor que colabore na tomada de decisão do voto”.
Dom Manoel Delson cita o papa emérito Bento XVI que afirmou ser papel da Igreja emitir juízo moral em questões políticas quando isso for importante para defender os direitos fundamentais da pessoa. Acrescenta que o papa Francisco “nos recorda que a atuação política por parte dos leigos é uma das mais altas formas de caridade; portanto, o cristão leigo não pode dar de ombros para a política, não pode cultivar indiferença em relação a ela, pois é o instrumento de melhora na qualidade de vida, de garantia dos direitos individuais e coletivos, de promoção da paz, da caridade e da justiça social”. Menciona, ainda, o ensinamento de São Tomas More, patrono dos políticos, de que a política não se separa da moral. “São Tomas nos ensinou a não abrir mão dos valores católicos na formação da consciência política individual, pois tais valores não servem apenas aos católicos, mas, por sua construção moral e ética, servem a todas as pessoas”.
– O papel da política é materializar o bem comum, de modo a construir uma sociedade moralmente sã, ordenada pela paz, equidade de oportunidades e justiça social – frisou dom Manoel Delson, dando ênfase mais uma vez às palavras do papa Francisco de que é papel do leigo esse envolvimento, o engajamento na ação política. “O leigo deve ser comprometido com o seu voto e com a formação de uma consciência política permeada pelos valores cristãos que nos levam em direção ao próximo”, salientou. Para o arcebispo, “num país onde o Estado é laico mas o povo é predominantemente cristão, se faz necessária a formação de uma nação cada vez mais consciente de que o homem não pode se separar de Deus nem a política da moral, para que alcancemos o nosso objetivo maior, que é ter uma sociedade moralmente sã, que possua o amor, a paz e a justiça social como pilares da sua existência”.
Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes