Preterido pelo DEM no direito de participar da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, o deputado João Henrique revelou, ontem, que a decisão da cúpula, presidida pelo ex-senador Efraim Morais, foi uma mensagem subliminar indicando que quer vê-lo fora da sigla. O DEM achou melhor indicar Raoni Mendes, que é suplente e acabou alijado da Comissão. João Henrique afirmou que está apenas esperando o momento certo para sair da agremiação, “por justa causa”, explicando: “Para bom entendedor, meia palavra basta”.
Representante do Cariri na Assembleia Legislativa, o parlamentar contou ter coogitado até mesmo disputar a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante das Comissões da Casa de Epitácio Pessoa, mas recuou ao constatar que sequer foi lembrado para integrá-la. Sem disfarçar seu desapontamento com a cúpula do DEM, João Henrique informou ter recebido convites de alguns partidos para assinar ficha de filiação, mas ainda não decidiu onde pretende ingressar. Ele acusou diretamente o presidente Efraim Morais de manobrar para excluí-lo da CCJ.
– Isto tudo foi preparado na maldade, ajeitado antecipadamente para que tudo pudesse me prejudicar e houvesse justificativa para a falta de compromisso. Mesmo assim, lutei, embora não tenha logrado êxito. A falta de compromisso de outros, vergonhosamente, foi mais forte. Vamos seguir em frente. Os homens passam e as instituições permanecem – “filosofou” o parlamentar. O presidente da Assembleia, deputado Gervásio Maia, coordenou a substituição de Raoni Mendes (DEM) na CCJ por Arthur Filho, do PRTB. Suplente, Raoni tinha condição de permanecer titular caso confirmado na Comissão, mediante pedido de licença de um deputado da base governista. A substituição dele por Arthur pôs fim a essa chance. Apesar disso, ele ainda pode retornar à Assembleia, mesmo sem participar da Comissão.
A indicação de Raoni para integrar comissões aconteceu através de gestões do líder governista Hervázio Bezerra, do PSB, que já havia manifestado o desejo de manter o democrata integrando a bancada oficial na Assembleia Legislativa. De acordo com informações do próprio Hervázio, a articulação com vistas a manter o suplente na titularidade ainda continuará a ser feita.