ELEIÇÕES 2022

Congresso, embora governista, crava vitória de Lula no pleito vindouro

Uma reportagem do “Congresso em Foco” revela que a maioria dos deputados e senadores não tem dúvidas de que o candidato vitorioso nas eleições presidenciais este ano será o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no confronto que segue polarizado com o presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição. A reportagem ressalta que o prognóstico pró-Lula é manifestado apesar do Congresso ser governista. E detalha: “O governo tem maioria confortável no Congresso, o PL, partido do presidente, é o dono com folga da maior bancada e não tem havido dificuldades para aprovação de temas de interesse do Palácio do Planalto, como ocorreu na chamada PEC Emergencial dos Auxílios”. A conclusão é óbvia: o Congresso é governista, mas é pragmático – e está atento à voz rouca das pesquisas. Ou às pesquisas.

Essa realidade foi mostrada pela última rodada da pesquisa “Painel do Poder”, que o “Congresso em Foco Análise” faz trimestralmente com os principais líderes da Câmara e do Senado Federal. Nesta rodada, o Painel do Poder ouviu 64 deputados e senadores, entre os nomes mais expressivos do Parlamento. E, de acordo com a pesquisa, a maior parte não tem dúvidas de que será Lula o vencedor das eleições deste ano, arriscando, inclusive, o palpite de consagração já no primeiro turno, em sintonia com alguns levantamentos de diferentes institutos especializados em pesquisas de opinião pública. Conforme a pesquisa, 50% dos deputados e senadores entrevistados acreditam que Lula vencerá Bolsonaro na disputa.

O atual presidente e pré-candidato à reeleição é favorito na opinião de 40,63% (26 respostas). O “Congresso em Foco” analisa: “De fato, reflexo, talvez, do perfil mais governista do Congresso, o percentual de respostas em Bolsonaro é mais alto do que vem aparecendo na sociedade nas pesquisas de intenção de voto. Mas, da mesma forma, é maior também o percentual de respostas em Lula”. Um dado surpreendente, talvez relacionado ao fato de não pertencer a um partido com grande representação parlamentar e não ter conseguido ampliar suas alianças, o nome que aparece em terceiro nas pesquisas de intenção de voto, Ciro Gomes, do PDT, não é o terceiro na opinião dos deputados e senadores. No caso, a terceira é a senadora Simone Tebet, do MDB, que une formalmente na sua aliança o PSDB e o Cidadania. Simone Tebet é o nome escolhido por 4,69% (três respostas).

Ciro Gomes foi a aposta de apenas um dos entrevistados. Mesmo percentual de Felipe D’Avila, do Novo. Houve, ainda, um entrevistado que não mencionou nenhum nome. Os demais pré-candidatos à Presidência da República não foram mencionados. Outro dado curioso é que no Senado, onde Bolsonaro costuma ter mais dificuldades e não conta com a patota azeitada do presidente da Câmara, Arthur Lira, o mandatário aparece com ligeiro favoritismo. Na percepção dos parlamentares, a disputa presidencial segue polarizada entre Lula e Bolsonaro, com a preponderância do primeiro, uma margem de 9,37 pontos de diferença. Os senadores, particularmente, ficaram somente entre Lula e Bolsonaro, dando uma ligeiríssima preferência para Jair Bolsonaro, comenta o relatório da pesquisa. “Houve menções a Lula entre os membros da base, mas não houve nenhuma menção a Bolsonaro entre os membros da oposição”, continua o relatório.

Para o “Congresso em Foco”, houve, aí, mais um sinal do pragmatismo dos parlamentares nas suas avaliações. Segundo mostra a pesquisa, o que acabou por definir o favoritismo de Lula foi o percentual de menções a ele dado pelos parlamentares que se declaram independentes. A rodada do Painel do Poder que entrevistou deputados federais e senadores foi promovida entre os dias 18 de maio e 15 de junho. Tanto o ex-presidente Lula como o presidente Jair Bolsonaro estão empenhados em eleger bancadas expressivas nas eleições para a Câmara dos Deputados e Senado Federal, dentro da perspectiva de assegurar apoios confiáveis para a chamada governabilidade, traduzida na aprovação de matérias, muitas delas polêmicas, que são encaminhadas pelo Executivo para a apreciação do Legislativo.

Fonte: Os Guedes
Créditos: Polêmica Paraíba