No “staff” do pré-candidato a prefeito de João Pessoa Cícero Lucena, do PP, é grande a expectativa quanto ao anúncio da posição do “Cidadania”, partido do governador João Azevêdo, marcado para amanhã, numa entrevista na Associação Paraibana de Imprensa, com a presença do próprio chefe do Executivo. Cícero e aliados confiam que o Cidadania se aliará ao PP, sendo remotas as chances de lançar candidatura própria, por se tratar de uma legenda em fase de reestruturação desde que Azevêdo se desfiliou do PSB e rompeu com o ex-governador Ricardo Coutinho. O Cidadania poderá indicar o vice de Cícero, havendo cogitações em torno de nomes como o do vereador Bruno Farias, presidente do diretório municipal e do advogado Odon Bezerra, ex-presidente da OAB e ex-coordenador do Procon.
Ao mesmo tempo, Cícero deflagrou uma ofensiva na mídia e na esfera jurídica para barrar o fantasma da inelegibilidade agitado sobre sua candidatura por adversários políticos a pretexto de pendências contra ele no Tribunal de Contas da União. Assessores jurídicos do ex-senador garantem que o risco de inelegibilidade não existe e que eventuais pendências já teriam sido sanadas, apesar da certidão emitida pelo TCU no último dia 14 de agosto incluindo o nome de Lucena em lista de responsáveis com contas julgadas irregulares, para fins eleitorais. A relação será encaminhada à Justiça Eleitoral no decorrer das eleições municipais previstas para novembro. Um dos processos em tramitação versa sobre irregularidades na aplicação de recursos federais repassados por meio de convênio para obras públicas em João Pessoa.
Lucena concluiu mais uma semana de atividades de pré-campanha, com incursões por bairros e logradouros conhecidos da Capital, em que participa de debates com intervenções sobre problemas existentes e perspectivas de solução numa nova gestão que venha a empalmar. Ele foi eleito prefeito em João Pessoa pela primeira vez em 1996, concorrendo pelo PMDB, tendo sido reeleito em 2000. Em 2012, na terceira tentativa, foi derrotado em segundo turno por Luciano Cartaxo (PV), que está concluindo o segundo mandato. O fato de ter ido para o segundo turno, depois de passados alguns anos da sua eleição a prefeito, motivou correligionários quanto ao potencial de Cícero e estimulou o próprio ex-senador a entrar no páreo. Lucena resolveu ingressar no Partido Progressistas a convite e depois de constatar que no PSDB havia pretensões colocadas à sucessão municipal este ano, como a do deputado federal Ruy Carneiro, que foi seu Chefe da Casa Civil numa das gestões e candidato apoiado por Cícero em 2004, tendo sido derrotado por Ricardo Coutinho, do PSB.
Na avaliação do “staff” de Cícero, as notícias têm sido animadoras para o ex-vice-governador e ex-governador do Estado, a exemplo do apoio oficial do “Avante” à sua pré-candidatura, conforme anúncio feito pelo deputado estadual Felipe Leitão, presidente do diretório municipal. Não obstante, vereadores do “Avante” na Câmara de João Pessoa têm dado declarações de apoio à pré-candidata do PV, Edilma Freire, o que levou Felipe Leitão a protestar e acenar com a possibilidade de punições para os chamados “recalcitrantes”. Já o anúncio do Cidadania sobre sua posição no páreo estava programado para sexta-feira, mas foi adiado por causa de consultas que tiveram que ser feitas entre seus líderes e expoentes. O presidente do diretório estadual, Ronaldo Guerra, admitiu que o adiamento deveu-se “à necessidade de conversar com mais algumas pessoas”.
Os dirigentes do Cidadania garantem não estar preocupados com a alegada inelegibilidade do ex-senador Cícero Lucena, apostando fichas no trabalho da própria assessoria jurídica do pré-candidato do PP para equacionar eventuais demandas pendentes. “Este assunto não está em pauta nas discussões internas”, assegurou Ronaldo Guerra. Há expectativa, também, quanto à confirmação do apoio do Cidadania à pré-candidatura da ex-secretária Ana Cláudia, do Podemos, a prefeita de Campina Grande. Já há um indicativo de apoio nesse sentido, mas expoentes do Cidadania também sinalizaram possibilidade de apoio ao deputado Inácio Falcão, do PCdoB. Seja como for, a definição está próxima.
Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes