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Camila diz que mulheres ainda enfrentam machismo na política

Para ela, a resistência ao protagonismo político feminino parte de setores conservadores da sociedade, que são cortejados pelos partidos pelo pragmatismo de não perder votos

Vice-presidente do PSDB no Estado, a deputada estadual Camila Toscano afirmou ao jornal “Correio da Paraíba” que a baixa representação das mulheres na política-partidária ocorre, em muitos casos, devido ao preconceito reinante de que a política é um ambiente para os homens. “Infelizmente – advertiu Camila – temos uma história de desigualdade de gênero; o machismo está em todos os lugares, em todos os países da nossa região. Precisamos mudar a forma de fazer política, alterar formas de reconhecimento das mulheres no processo educacional como representações, formando mais vozes ativas”. Camila, no entanto, afirma que mesmo com as adversidades, a mulher vota em mulher.

Para ela, a resistência ao protagonismo político feminino parte de setores conservadores da sociedade, que são cortejados pelos partidos pelo pragmatismo de não perder votos. Não obstante, garantiu que o seu partido, o PSDB, tem dado o estímulo necessário para o registro de candidaturas femininas em disputas eleitorais. Mencionou a realização constante de eventos importantes tendo como pano de fundo a atração de lideranças femininas para disputarem as eleições. “Este é um trabalho que pretendemos intensificar cada vez mais no âmbito da legenda”, esclareceu Camila Toscano, que tem raízes políticas em Guarabira, na região do brejo paraibano.

As deputadas Estela Bezerra (PSB) e Doutora Paula Francinete (PP) entendem que mulher vota em mulher e que há problemas decorrentes de questões estruturantes. Estela exemplifica que a sociedade e a estrutura partidária, basicamente, não favorecem a participação das mulheres. “Não são as mulheres que discriminam as mulheres,mas, sim, a sociedade e cúpulas partidárias”, analisa. Estela defende como incentivo às candidaturas femininas a manutenção de apoio financeiro diferenciado às candidaturas das mulheres, bem como o espaço em mídia. “É preciso criar política de equidade durante um tempo, fazer com que as mulheres consigam igualar a sua condição de competitividade à condição dos homens”, teoriza.

A deputada doutora Paula Francinete, do PP, cita-se como exemplo dizendo que seu mandato foi conquistado com o voto de muitas mulheres e, também, de homens e muitos jovens. Mas observa que é evidente a necessidade de maior espaço para o sexo feminino nas organizações partidárias. “Na sociedade machista a questão é séria e precisa ser modificada. É preciso garantir que as mulheres consigam competir de igual para igual e que os partidos vão assegurar essa perspectiva, dando mais oportunidades e fazendo a divisão dos recursos do fundo eleitoral de forma mais igualitária”, sugere a deputada pelo Sertão.

Já a presidente do PCdoB na Paraíba, Gregória Benário, entende que faltam iniciativa e incentivo para que as mulheres possam estar, de fato, ocupando espaços políticos. Para Gregória, a decisão do TSE de que se alguma chapa tiver candidatura de mulheres laranjas toda a chapa deve ser anulada é positiva, “porque retira aquela possibilidade de mulheres concorrerem apenas para preencher espaços e favorecer candidaturas masculinas”.

Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes