infrações legais

Câmara decide caso de Santiago, denunciado por corrupção pela PGE

De acordo com Celso de Mello, o deputado poderia usar o mandato para cometer infrações legais, caso continuasse desimpedido para exercer sua função parlamentar

Câmara decide caso de Santiago, denunciado por corrupção pela PGE

Uma das primeiras votações na Câmara dos Deputados após o retorno dos trabalhos legislativos poderá decidir pelo afastamento do deputado federal paraibano Wilson Santiago (PTB), denunciado por corrupção pela Procuradoria-Geral da Justiça. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para hoje a sessão em que o futuro do parlamentar pode ser decidido. A medida atende a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, que suspendeu Wilson, cautelarmente, no dia 23 de dezembro do ano passado, do exercício do mandato.

O afastamento havia sido requerido pelo Ministério Público Federal. De acordo com Celso de Mello, o deputado poderia usar o mandato para cometer infrações legais, caso continuasse desimpedido para exercer sua função parlamentar. “Tendo em vista o concreto receio de que, se permanecer ele in officio, continuará a valer-se do próprio mandato parlamentar para a prática de ilícitos penais pelos quais está sendo investigado”, justificou o ministro. Wilson Santiago, que também já exerceu mandatos de senador e deputado estadual, foi um dos alvos da Operação Pés de Barro, deflagrada no final de dezembro pela Polícia Federal e teve o seu gabinete em Brasília revistado por agentes da PF.

De conformidade com a Polícia Federal, as investigações apuraram pagamentos de “propina” decorrentes do superfaturamento das obras da adutora Capivara, sistema que se estende do município de São José do Rio do Peixe a Uiraúna, no Sertão da Paraíba. As obras, contratadas por mais de R 24 milhões, teriam distribuído propinas no valor de R$ 1,266 milhão. O pedido do ministro chegou segunda-feira à Câmara dos Deputados e, após o recebimento, o presidente Rodrigo Maia determinou que a matéria seja apreciada em regime de urgência, na qual são dispensados alguns trâmites e prazos regimentais. O presidente da Câmara justificou a decisão com o argumento de que a medida judicial interfere diretamente no exercício do mandato popular. O deputado Fábio Trad (PSD-MS) foi escolhido para relatar a matéria no plenário pela Comissão de Constituição e Justiça. Santiago, ou sua defesa, poderá falar por 15 minutos em três momentos: após a leitura do relatório, após proferido o parecer da Comissão e após o encerramento da discussão do mérito da matéria.

Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes