O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está sempre em campanha e parece que só se preocupa com sua reeleição à Presidência da República nas eleições de 2022. Uma prova disso é o aumento em 26% de seus compromissos no Nordeste entre 2020 e 2021 no Nordeste, única região do país em que foi derrotado por Fernando Haddad, candidato do PT, na campanha de 2018. Na época, Haddad conquistou 69% dos votos contra 30% de Bolsonaro, que venceu nas demais regiões e foi eleito presidente da República. As informações foram compiladas pelo jornalista Eduardo Lima, em matéria publicada no site “Revista Fórum”. Ele se baseou na agenda presidencial, cujos dados mostram a presença do presidente em todos os nove Estados do Nordeste em 2021, participando de 19 eventos ao todo.
De acordo com a estatística, o presidente da República superou o período de março a dezembro de 2020 (primeiros meses após o decreto da pandemia de coronavírus), quando teve quinze compromissos na região. Apesar de ter ligações com políticos de direita e de centro na Paraíba e, até mesmo, contar com apoiadores ferrenhos, casos dos deputados Cabo Gilberto e Walbber Virgolino e do comunicador Nilvan Ferreira, atualmente no PTB, que disputou o segundo turno da eleição para prefeito de João Pessoa no ano passado, Bolsonaro vem pouco ao nosso Estado e, quando o faz, comanda visita-relâmpago. Assim é que marcou presença em Campina Grande, ao tempo da gestão do prefeito Romero Rodrigues (PSD), inclusive entregando obras, mas ultimamente “transita” ou faz escala na Rainha da Borborema, geralmente para cumprir compromissos no interior de Pernambuco. Há registros de passagens rápidas de Bolsonaro por localidades do Sertão e do Cariri da Paraíba.
Em 2021, o Estado mais visitado por Bolsonaro foi a Bahia, com cinco eventos. Na sequência, aparecem Ceará, com três agendas, e Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte, com dois eventos em cada unidade federativa. Provável candidato pela oposição e favorito nas eleições de 2022 a presidente da República, Lula tem na região Nordeste seu principal reduto eleitoral, conseguindo algumas de suas maiores vitórias pessoais e também para o PT. Bolsonaro, conforme a “Revista Fórum”, tenta reverter o favoritismo de Lula e aumentar sua popularidade na região, em queda desde o fim do auxílio emergencial em fevereiro e que não voltou a aumentar consideravelmente mesmo com a retomada do auxílio em abril. Além de inaugurar obras iniciadas e praticamente finalizadas em governos anteriores, especialmente nos governos Lula e Dilma Rousseff, o presidente costuma dizer que tem em seu governo vários “cabras da peste” como os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), ambos do Rio Grande do Norte, Gilson Machado (Turismo), de Pernambuco, João Roma (Cidadania), da Bahia, e Marcelo Queiroga (Saúde), da Paraíba.
Atualmente o Planalto também conta com Ciro Nogueira (PP-PI), como ministro-chefe da Casa Civil, pasta que Bolsonaro chamou de “alma do governo”. Tal ação foi executada pelo presidente da República mirando em dois objetivos: agradar o “Centrão”, base que mantém seu governo de pé, e garantir mais um palanque no Nordeste, pois Ciro pretende se candidatar a governador do Piauí em 2022. Se Bolsonaro vem pouco à Paraíba, nem por isso proíbe ministros seus de visitarem o Estado, dialogarem com o governador João Azevêdo, liberar verbas e encaminhar demandas de interesse da população. O ministro da Saúde, cardiologista paraibano Marcelo Queiroga, chegou a comandar, do Palácio da Redenção, em João Pessoa, uma reunião por videoconferência com outros governadores que integram o chamado Consórcio Nordeste. Até pouco tempo, o candidato “in pectoris” de Bolsonaro ao governo da Paraíba em 2022 era o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD). Seu nome continua em pauta no círculo bolsonarista, mas entusiasmo esfriou depois que Romero passou a declarar que não se considera um político de extrema-direita ou de direita, mas, sim, um político de centro, e admitiu, até mesmo, aceitar votos de petistas a uma eventual pretensão sua ao governo do Estado. Romero tem o apoio firme do ex-senador e ex-governador Cássio Cunha Lima.
Fonte: Os guedes
Créditos: Polêmica Paraíba