O MDB, do ex-presidente Michel Temer, se juntou recentemente à disputa que tem ocorrido entre diversas legendas nos bastidores para saber quem vai conseguir filiar o presidente Jair Bolsonaro. De acordo com versões do jornalista Gerson Camarotti, da Globonews, o partido de Temer foi o último a entrar na briga até o momento. Sem o Aliança pelo Brasil e com o apoio cada vez maior do “Centrão”, o ex-capitão tem sido disputado por diferentes legendas, com a perspectiva de ter vaga cativa para disputar a reeleição em 2022, onde poderá surpreender, em termos de desempenho, em regiões como o Nordeste.
O convite para ingresso no MDB teria partido do senador Eduardo Braga, do Amazonas, Atualmente, o MDB, que é presidido pelo deputado federal Baleia Rossi (SP), ocupa a liderança do governo Bolsonaro no Congresso, com Eduardo Gomes, do Tocantins. Michel Temer foi quem transferiu a faixa presidencial para Jair Bolsonaro, consagrado nas urnas em 2018 pelo PSL derrotando o candidato do PT, Fernando Haddad. Temer era vice de Dilma Rousseff, reeleita pelo PT em 2014, mas que foi alvo de processo de impeachment em 2016, sob acusações de prática de pedaladas fiscais descobertas pelo Tribunal de Contas da União. O ex-presidente Temer tem estreitado contatos com Bolsonaro e chegou a liderar comitiva brasileira ao exterior designada pelo presidente da República.
O MDB teve atuação destacada contra o regime militar instaurado em 1964 e que perdurou até 1985. O chamado “grupo autêntico”, de que faziam parte políticos de expressão, entre os quais o paraibano Marcondes Gadelha, então deputado federal, foi o principal expoente na denúncia de violações de direitos humanos, na luta pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte e na campanha pela restauração das eleições diretas a presidente da República. Posteriormente, o MDB se transformou em PMDB à frente do qual o deputado Ulysses Guimarães mobilizou segmentos da sociedade brasileira em torno da elaboração da chamada Constituição-Cidadã de 1988. Ultimamente, o PMDB voltou a se chamar MDB. Outro partido que pretende contar com o presidente da República em seus quadros é o Republicanos, que já abriga o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro. Tem sido cogitada, também, nos meios políticos, a hipótese de retorno do presidente aos quadros do PSL diante do malogro para viabilizar o “Aliança pelo Brasil”.
Uma pesquisa Exame/Ideia, divulgada ontem, dia 9, mostra que o presidente Jair Bolsonaro estaria reeleito no segundo turno caso as eleições presidenciais fossem realizadas hoje. O levantamento foi realizado com 1.200 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, de 5 a 8 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. Uma estratégia de Bolsonaro que tem chamado a atenção da mídia e dos analistas políticos diz respeito à presença efetiva que ele tem tido na região Nordeste, que até 2018 era considerada como reduto do Partido dos Trabalhadores. Ele tem alternado visitas pontuais a Estados como Pernambuco e Paraíba – em nosso Estado, foi à cidade de Coremas, no sertão, inaugurar empreendimento privado com parceria do governo federal e passou por Campina Grande quando se deslocava para o interior de Pernambuco, onde fez inaugurações de obras públicas.
Fonte: Os Guedes
Créditos: Nonato Guedes