Não tenho apreço incondicional por qualquer partido político, nem mesmo pelo PSDB, ao qual com muita satisfação sou filiado. Todos acertam e erram. Mas há situações, contudo, que nos obrigam a reagir. Me refiro à posição oficial do PT sobre a eleição de Nicólas Maduro pra presidente da Venezuela.
É sabido por todos os meios que a eleição não foi legítima, poderíamos dizer que foi fraudada, sim, foi fraudada! Não dá pra dizer o contrário. Democracias pelo mundo afora, com maior ou menor ênfase, questionaram o resultado.
O PT, partido do presidente Lula, contrariando o bom senso, a decência e a moralidade, referendou o inquinado pleito: “jornada pacífica, democrática e soberana”, disse o comunicado. É difícil tolerar.
Um único aspecto seria suficiente pra fazer o PT refletir: na Venezuela, já faz tempo, não há imprensa livre. Maduro é um ditador que se diz de esquerda e que se mostrou um desastre como presidente. Empobreceu o povo do seu país.
Por aqui quem quase faz uma lambança de proporções galáticas foi o presidente Bolsonaro. O PT e outros partidos do espectro democrático (?), reagiram como esperado.
Há beleza na diferença, na diversidade, na divergência. Há beleza no contraditório, mas há certas coisas que são inaceitáveis. Essa simpatia ao ditador me enche de medo. O partido dos trabalhadores às vezes se parece congelado no tempo. E eu tenho medo. Maduro não é o único que recebe os aplausos do PT e de muitos dos seus filiados.
Outras ditaduras ditas de esquerda também recebem. E eu tenho medo. Se o vizinho pode por que eu também não posso? Por que não faço igual por aqui? Amordaço a imprensa, massacro a oposição e intimido o povo? Se lá pode e eu digo que foi uma “jornada pacífica, democrática e soberana”, vou dizer a mesma coisa por aqui.
Minha gente, isso é muito sério. Talvez o remédio pra evitar que isso ocorra em terras brasileiras seja deixar o PT pra sempre no poder, mesmo quando eu não quiser mais. Não seria golpe, seria uma jornada pacífica e soberana. Viva o PT! Eu ainda tenho muito o que aprender.