A Via Crucis do senador Cássio! - Por Rui Galdino Filho

A Via Crucis do senador Cássio!

Meus amigos, minhas amigas, meus caros leitores. Sempre fui admirador do saudoso jurista, político e poeta, Ronaldo da Cunha Lima, homem simples, honesto e bastante popular, sem dúvida, um dos maiores líderes político que a Paraíba já teve. Um verdadeiro LÍDER! Devido à várias circunstâncias partidárias, nunca votei em Ronaldo, porém, para reparar esse erro, votei em 2010, no seu filho, Cássio Cunha Lima, para Senador da República.

Não sei por que, mas, acho que Cássio, não herdeu a veia política de seu pai! Ele pode até ter herdado a política dos Cunha Lima, porém, a veia política de Ronaldo, NÃO! Cássio e Ronaldo são incomparáveis, pois, Ronaldo, sempre foi muito mais … Inclusive, quase mata o ex-governador Burity, em defesa da reputação do seu filho, Cássio. Lembram? Pois bem, Ronaldo, era demais … Ronaldo, era um boêmio de vida aberta e sem arrodeios. Sua vida era um livro aberto e bom de se ler. Até, seus adversários o respeitavam e o admiravam!

Nunca soube ou ouvi falar, que Ronaldo, durante toda a sua existência aqui na terra, tenha sido vaiado ou hostilizado por quem quer que seja ou em qualquer lugar. NUNCA! Infelizmente, não posso dizer o mesmo, do seu filho, Cássio. Eu sei, que assim como os cinco dedos das mãos que são diferentes, ninguém é igual a ninguém. Porém, Cássio, por ser filho de Ronaldo e em tese o seu herdeiro político, deveria fazer um maior esforço, para no mínimo, tentar se aproximar do que foi seu pai, na política paraibana e brasileira.

Todo político tem sua Via Crucis, que é um caminho difícil a ser percorrido. Uns dão causa, outros, não! A Via Crucis de Cássio, começou quando ele teve seu mandato de governador cassado. Depois, Cássio, para se vingar de quem lhe cassou, apoiou Ricardo Coutinho, para governador em 2010. Foi um apoio forçado, sem amor e por conveniência, tanto é, que passou todo o governo de Ricardo, fazendo “ jogo mole”, porém, estavam juntos, um precisando do outro e um aguentando o outro.

Cássio, também teve problemas com o seu mandato de senador, e quase perde o mandato em definitivo para o 1º suplente, Wilson Santiago. Na verdade, foi salvo pelo “congo”, ou seja, pelo STF. Depois, rompeu com o governador Ricardo, o enfrentou na eleição de 2014 e perdeu a eleição! Eu achava que Ricardo e Cássio, aliados desde 2010, iriam permanecer juntos e comandarem a política do estado por muitos anos. Porém, assim como no casamento, na política, a união só dura se tiver “AMOR”. E entre Cássio e Ricardo, nunca houve “amor”, apenas, interesses políticos circunstanciais, essa é que a verdade!

Em 2014, escrevi alguns artigos, pedindo a Cássio, que não rompesse com Ricardo. Pedi, pedi e “repedi”. Cansei de pedir, mas, não teve jeito! Cássio, apesar de ler todos os meus artigos e comentar com amigos, familiares e assessores, se fez de rogado e deu ouvido de mercador. Será por isso, que chamam Cássio, de “galo de campina” ? Se fosse Ronaldo, no mínimo, o saudoso poeta, teria perguntado o por que daqueles pedidos meus, e acho até que teria aceito. Mas, Cássio, preferiu ouvir apenas o que lhe interessava, e PERDEU A ELEIÇÃO!

Tudo bem, a vida é assim mesmo! Quem sou eu para pedir nada ou orientar Cássio, em alguma coisa? E Cássio, por falta de melhores orientações, não perdeu apenas a eleição de 2014, perdeu também, outras coisas, muito mais importantes do que uma eleição ou coisa que o valha. Agora, em virtude do possível impeachment da presidenta Dilma, e na condição de líder nacional do PSDB, Cássio, está sendo chamado de “GOLPISTA” e outras coisas a mais.

Infelizmente, a sua Via Crucis continua… No final do mês de abril, durante um voo de Brasília para João Pessoa, ao embarcar no avião, o senador se encontrou dentro da aeronave, com uma delegação de paraibanos, que vinham de uma conferência sobre direitos humanos em Brasília, e aí, foi um constrangimento total, pois, durante todo o trajeto, Cássio, foi recebido aos gritos de “cassado”, “ficha suja”, “traidor da democracia” e “golpista”, etc. Os protestos continuaram também, por ocasião do desembarque, no Aeroporto Castro Pinto. Já imaginou que situação constrangedora o filho do saudoso Ronaldo, passar por isso? Eu acho, que foi o voo mais longo da vida de Cássio, entre a capital federal e João Pessoa.