predileção por confusão

VERBA PARA VIADUTO: Ministro das Cidades está errado e nada disso justifica o bloqueio - Por Josival Pereira

Não precisava dessa celeuma, mas foi o Ministério das Cidades que forneceu a combustão com a precipitação do bloqueio dos recursos já liberados, com o agravante de que a maior parte dos recursos continua retida e a ideia de retaliação mantida.

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É certo que o governador Ricardo Coutinho gosta de comprar brigas políticas, sabe farejá-las como ninguém e quase sempre se sai bem delas.
Mas talvez não seja esse o caso que envolve o bloqueio de uma verba de mais de R$ 17 milhões pelo Ministério da Cidade destinas às obras do Viaduto do Geisel.
No caso, não se pode dizer claramente que o governador está com toda a razão, mas pode-se afirmar, com certeza, que o Ministério das Cidades está errado.
Não precisava o bloqueio. Por um motivo simples: parcimônia, prudência, ponderação.
O Ministério das Cidades pode até está certo ao informar que consta em seus registros que a obra tem apenas 22% de conclusão e que haveria necessidade de novas medições para a garantia de direito à liberação do dinheiro.
Pode até ser verdadeiro que o governo Dilma Rousseff tenha liberado recursos sem a necessária comprovação de medição.
Pode ter ocorrido também de o governo da Paraíba ter enviado às informações e o governo Dilma em seus estertores não ter efetuado a devida atualização no sistema de dados do Ministério.
O poder público deve exercer rigoroso controle sobre suas verbas. Todavia, nada disso justifica o bloqueio.
O Ministério das Cidades, por exemplo, poderia ter solicitado informações ao governo da Paraíba sobre a obra. Poderia ter dado um prazo para as novas medições serem enviadas. Poderia pedir aos órgãos de controle do governo para fazerem uma vistoria na obra. Havia diversas outras ações que não fossem a precipitação do bloqueio.
Acabou que a lambança do bloqueio deu lenha para a fogueira da porfia política que não para de queimar na Paraíba.
O governador Ricardo Coutinho e seus aliados resolveram difundir a ideia da perseguição e se fazerem de vítimas do governo Temer. Do outro lado, os adversários do governador aproveitaram para reforçar a tese de sua predileção por confusão.
Não precisava dessa celeuma, mas foi o Ministério das Cidades que forneceu a combustão com a precipitação do bloqueio dos recursos já liberados, com o agravante de que a maior parte dos recursos continua retida e a ideia de retaliação mantida.
O ministro Bruno Araújo não pode alimentar esse tipo de disputa política.

Fonte: Tambau247
Créditos: Josival Pereira