O governante cônscio de suas responsabilidades não entra no jogo das provocações políticas. Até porque brigas acirram ânimos e, por consequência, fazem perder o clima de serenidade tão necessário para que alguém trabalhe na intenção de buscar resultados eficazes. Quando se estabelece tensão nos debates políticos, os limites da boa convivência são ultrapassados em prejuízo da sensatez nos procedimentos que a civilidade exige. Há um velho ditado popular que diz: “quando um não quer, dois não brigam”.
O problema é que tem gente que não sabe viver num ambiente de paz. Adora promover a discórdia, promover explosões emocionais. Esquece que há momentos em que o espírito de competitividade deve ser esquecido, por razões maiores. Quando se instalam crises, sejam elas quais forem, os diferentes devem se unir, os adversários precisam dar as mãos, aos antagônicos não se permite continuar alimentando divergências. Os palanques eleitorais precisam ser desmontados, em nome do bem coletivo. Os discursos inflamados dos ególatras perdem consistência.
Aquele que não aceita brigar, não quer dizer que assume uma postura de passividade diante das afrontas. Pelo contrário, ele resolve se concentrar no que define como foco de suas ações de trabalho, não se submetendo às zangas dos mal-humorados. A dinâmica da raiva conspira contra o sucesso em qualquer empreitada. A melhor forma de se proteger dos ataques agressores gratuitos é ignora-los e montar estratégias de luta que independam dessas influências negativas.
Essas considerações têm relação com o comportamento que vem sendo adotado pelo governador João Azevedo, no tocante à gestão da saúde pública em nosso estado, diante dessa tragédia sanitária que se abate sobre todos nós. Fez opção por não perder o equilíbrio em razão das provocações advindas do presidente da república. Não obstante as dificuldades enfrentadas pela falta de apoio do governo federal, tem se dedicado a fazer o “dever de casa”. No ranking do plano de vacinação contra o coronavírus posicionou a Paraíba entre os cinco estados da federação com mais doses aplicadas, proporcionalmente à sua população. Além de outras medidas que têm atendido ás demandas sociais que resultam da pandemia.
Entendeu ele que a solução dos problemas não pode ser encontrada num ambiente de conflitos políticos. A prioridade administrativa é garantir o direito à vida dos paraibanos, compreendido à luz da dignidade da pessoa humana. Aliás, é o que preceitua a nossa Constituição no seu artigo Quinto. Recusou entrar numa disputa de forças. Resolveu agir na conformidade das condições que lhes são oferecidas, entendendo que é melhor caminhar sozinho do que mal acompanhado. Não tem sido uma batalha fácil. Todos têm consciência disso. Porém, os sinais já apontam para que acreditemos que o inimigo invisível será vencido. Mas, a vitória tão esperada não será alcançada se faltar a solidariedade da população, no entendimento de que cabe a cada um, como dever de cidadania, observar as recomendações médico-científicas das autoridades no assunto. A parceria governo/sociedade é imprescindível para que, o mais breve possível, estejamos retomando à normalidade de nossas vidas. Vale registrar, por um dever de justiça, que tem encontrado apoio e cooperação da grande maioria dos prefeitos.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão