Na semana passada, o Congresso Nacional teve uma movimentação bastante intensa quando diversos Projetos de Lei foram discutidos e aprovados, porém, dentre eles estava um Projeto diferente, o famoso projeto “jabuti” – que se refere a um tipo de emenda parlamentar que não tem ligação direta com o texto principal colocado em discussão.
Provavelmente, foi dentro desse contexto que o até então brilhante parlamentar paraibano, Hugo Motta (Republicanos), apresentou um Projeto de Lei Complementar 40/24 que visa permitir que o trabalhador da iniciativa privada use até 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), como garantia de crédito de empréstimo consignado. E assim, o valor usado como garantia seria bloqueado e permaneceria inacessível enquanto o crédito estivesse ativo, ou seja, caso o trabalhador não quitasse a dívida, o Banco poderia solicitar a transferência do FGTS para cobrir o saldo devedor, o chamado “débito automático”.
O projeto tornou-se uma suíte (reportagem que explora desdobramentos de um fato). Ora, como é que um parlamentar da estirpe do deputado Hugo Motta apresenta uma propositura dessa envergadura? Quem poderia imaginar que um legítimo representante do povo chegaria ao Congresso Nacional para tornar-se inimigo de quem o elegeu? A grande indagação que fica, é saber a serviço de quem está o deputado Hugo Motta? Um parlamentar que até semana passada demonstrava ser um possível governador da Paraíba, ou mesmo um senador da República a partir de 2027, mas com posturas como essas que deixam o povo paraibano desacreditado no que poderá vir de ruim para o Estado caso ele venha a se eleger a um desses cargos políticos.
O FGTS é um dos principais fundos de arrecadação financeira do povo brasileiro, a proposta parece mais como uma forma de querer atropelar a vida do trabalhador tirando-lhes o sonho de possuir sua casa própria. Talvez o deputado Hugo Motta não tenha ideia do mal que poderia fazer ao povo brasileiro, principalmente aos mais humildes.
Essa sua atitude deixou a todos nós paraibanos frustrados, e porque não dizer revoltados, ainda bem que esse “jabuti” foi descoberto por um parlamentar pernambucano e repercutido em toda a Paraíba a partir de um lúcido comentário feito pelo jornalista Luis Torres, na Rádio Arapuan; e foi quando o caso ganhou grandes dimensões na imprensa e nas redes sociais. Uma reação popular há muito tempo não vista nos meios de comunicação social como um todo.
Um Projeto de Lei dessa natureza poderá levar o parlamentar ao calabouço político em um futuro não tão distante, principalmente, em uma disputa majoritária. Casos como esses do deputado Hugo Motta nos remete ao que aconteceu quando Cássio Cunha Lima tentou sua reeleição para o Senado Federal e foi surpreendido com a vitória de Daniella Ribeiro (Progressistas) e Veneziano Vital do Rêgo, já que a rejeição contra Cássio foi o preço fatal pago por ele.
O que se espera de agora em diante é que o deputado Hugo Motta possa tentar dar a volta por cima, o que não será fácil, tendo em vista a repercussão do infeliz projeto, o qual deverá vir à tona no período eleitoral quando Hugo postular sua vaga no Governo do Estado ou no Senado Federal. Aliás, vai ser preciso mudar todas as estratégias políticas para tentar ofuscar esse episódio frustrante, tendo em vista que não foi um simples fato, foi algo que levou uma grande preocupação a uma população paraibana e nacional.
Quiçá essa repercussão tenha vindo para que o parlamentar pudesse calçar as sandálias da humildade e saiba que “A soberba precede a queda” – ditado popular que significa que a arrogância e orgulho excessivo podem levar uma pessoa à sua própria ruína.
Por fim, vemos que a única saída momentânea para o deputado Hugo Motta não sofrer uma decepção em 2026, seria vir a público e pedir desculpas de forma humilde, do contrário, poderá sofrer uma derrota fragorosa, e a Paraíba perder um dos mais atuantes parlamentares do Congresso Nacional.
Quem viver, verá!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba