SEGURANÇA DE EX-GOVERNADORES: O TAMANHO DA OPOSIÇÃO NA PARAÍBA
Por Flávio Lúcio
A oposição paraibana não para de me surpreender, e sempre para pior. Quem passar a vista nas principais páginas e blogs de notícias da Paraíba vai se surpreender com o tema que PSDB e aliados resolveram pautar com a sanha de um verdadeiro cavalo-de-batalha: a sanção de uma lei pelo governador Ricardo Coutinho, aprovada na Assembleia Legislativa meses atrás sem que os deputados da oposição enxergassem na ocasião qualquer problema, que prevê que a Polícia Militar ofereça segurança para os próximos ex-governadores, direito que têm ex-presidentes e vários ex-governadores em outros estados.
Não dá para dizer de outro modo, mas isso é de uma pequenez que diz muito do tamanho e da qualidade da oposição paraibana, que, pelo visto, é pautada agora por alguns jornalistas e pelo ímpeto que os temas adquirem nas redes sociais. Primeiro, porque se trata de uma segurança que o poder público e a sociedade devem prover a quem, por anos a fio − no caso de Ricardo Coutinho por oito anos seguidos − dedicou todo o seu tempo ao trabalho como governador e, em muitas situações, criou mais do que adversários, verdadeiros inimigos em razão de decisões que afetaram interesses individuais e de grupos.
Segundo, só quem nunca teve coragem ou disposição para enfrentar interesses poderosos dentro da máquina pública pode agir com irresponsabilidade ao tratar uma questão dessa relevância na base da demagogia, como se a segurança pessoal de um ex-governador fosse algo menor para o Estado − numa sociedade que não cansa de exigir de suas lideranças políticas compromisso e coragem para agir contra interesses de grupos. Mesmo que tivesse um custo maior para as finanças do governo, que não vai ter.
Ou alguém acha que fará alguma diferença para o contingente da Polícia Militar disponibilizar de um a três policiais para cuidar da segurança de um ex-governador? Da mesma maneira que a Polícia Federal, que tem um quadro numericamente inferior para cuidar de todo o país, não é prejudicada ao disponibilizar agentes para acompanharem ex-presidentes. Trata-se de uma visão rasteira de Estado e de fazer política dos partidos e personalidades da oposição paraibana − e eles que se esforçam por parecerem “modernos” aos olhos do eleitor.
Ao invés de se notabilizarem pela apresentação de um projeto político-administrativo alternativo, consistente e de largo alcance temporal para o desenvolvimento da Paraíba, optam por reduzir suas diferenças a questões dessa ordem, cuja relevância só pode ser encontrada nas mentes diminuídas ainda mais pela deformação intelectual que existem aos montes nas redes sociais, como se elas expressassem o que é o eleitor na Paraíba e no Brasil.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Flávio Lúcio