Uma vitória que entra para história, assim podemos considerar essa disputa de João Azevedo para governador da Paraíba. E não foi nada fácil essa conquista, pois foram vários momentos de turbulências, mesmo tendo que não demonstrar para não desanimar os aliados.
No primeiro turno, o Governador já sentia um peso enorme quando do afastamento do senador Veneziano de seu grupo político. Naquele momento, alguns analistas imaginavam que João Azevedo poderia estar fraquejando em seu projeto de reeleição, e ainda teve que enfrentar uma certa divisão do Partido dos Trabalhadores que, no primeiro instante, optou por ficar numa chapa em que tinha o próprio Veneziano, Luciano Cartaxo e Ricardo Coutinho.
Mas o pior ainda estava por vir, a saída de Efraim Filho do grupo governista para o grupo do seu principal opositor comandado por Pedro Cunha Lima. Aliás, a perda de Efraim Filho foi um dos momentos de maior abalo político dentro da conjuntura daquele instante, já que naquela circunstância o Republicanos, partido pelo qual Efraim Filho tinha um acordo fechado, poderia abandonar a base do governo e migrar para oposição, o que seria quase uma fatalidade para eleição de João Azevedo; pois o partido comandado pelo deputado reeleito Hugo Motta já possuía, mesmo antes da eleição, o maior número de parlamentares, ou seja, um divisor de água das eleições.
A verdade é que veio o segundo turno, e mesmo com o governador tendo uma maioria acima de trezentos e cinquenta mil votos, parecia que o drama do primeiro turno voltaria à tona também no segundo turno, quando a soma dos votos de seus adversários, Pedro Cunha Lima, Nilvan Ferreira e Veneziano foi maior do que os votos obtidos pelo próprio João Azevedo.
Entretanto, temos que reconhecer o trabalho da assessoria do governador capitaneado pelos exímio Nonato Bandeira, Tibério Limeira e o deputado Aguinaldo Ribeiro que de forma estratégica foi montada uma formatação de municipalidade, pois enquanto Pedro Cunha Lima tinha adesão de deputados, em sua maioria derrotados e que não tinha mais interesses de buscar votos em suas bases eleitorais, o governador buscou vários prefeitos, inclusive, de oposição, o que somou de forma demasiada para o seu triunfo.
Outro ponto preponderante para o êxito dessa vitória foi a reafirmação do alinhamento do Republicanos com a reeleição do governador João Azevedo, o que deu um esfriamento nas pretensões do bloco oposicionista que fizeram de tudo, mas o partido comandado por Hugo Mota e Adriano Galdino não abriu mão e permaneceu com João Azevedo, mesmo tendo alguns rebeldes como os deputados Bosco Carneiro e Jutay Meneses que optaram por ficar com Pedro Cunha Lima.
Por fim, vemos que a vitória de João Azevedo foi maiúscula e que a partir de hoje podemos dizer que o governador entra para a galeria dos grandes líderes deste Estado, pois mostrou em sua trajetória que é possível que um simples cidadão que nasceu no bairro de Cruz das Armas, em João Pessoa, sem nenhuma tradição familiar na política, também pode ser eleito e reeleito governador de seu Estado.
Parabéns, Governador. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” Salmo 30:5. Neste caso específico, veio ao anoitecer. O momento é de comemoração, mas o trabalho não pode parar. Sua próxima missão é fazer um segundo governo excelente e preparar voos ao senado federal daqui a quatro anos.
Quem viver, verá!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba