“As manifestações, que ocorreram de forma tranquila e pacífica, neste domingo, 07, em Brasília e por quase todo o país, reuniu profissionais da saúde, torcidas organizadas, comunidade negra, comunidade LGBT, estudantes, mulheres, professores, artistas, movimentos sociais e partidos políticos, foi na verdade um forte protesto de oposição ao governo de Jair Bolsonaro. Entre as palavras de ordem, participantes gritavam: “Fora, Bolsonaro” e “recua fascista, recua, é o poder popular que está na rua”. Em Belém e no Rio de Janeiro houve prisões arbitrárias de manifestantes”.
E o cerco parece começar a se fechar em torno do governo Bolsonaro. Aumenta a cada dia a pressão popular em torno do seu impeachment. Apesar das ponderações de aliados (a exemplo do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia) que tenta fazer parecer o contrário. Mas no fundo mesmo, Maia acaba entregando a sua dubiedade de posição sob o fraco argumento de “melhor dialogar primeiro e depois a gente vê”! Tudo em nome da própria maneira de como encara o que se pode chamar de uma “democracia bem particular”!
A verdade é que o “namoro” entre o presidente e Maia tem se tornado o chamego que, ao que parece, o Capitão prefere alimentar mais! Se fosse apenas um daqueles romances populares onde os amantes se estapeiam e logo depois são vistos aos beijos, daria para se aceitar – pois é assim desde sempre – mas não se trata de uma simples vida a dois. É a vida do país que se sente chacoalhada dentro dessa bolha em que dois chefes de dois dos mais importantes poderes da nação – Executivo e Legislativo – põem em risco os destinos de um povo. E dessa forma não existe espaço para esse tipo de justificativas sempre que o primeiro resolve agredir o segundo para logo pedir desculpas dizendo que reataram o “namoro”! E isso ninguém merece!
As atitudes de Rodrigo Maia, ao relevar tais agressividades de Bolsonaro, tem sido uma clara demonstração de que vai levar essa situação em banho maria até não haver mais saída! Pelo menos é como deixa transparecer o presidente da Câmara ao guardar na gaveta os inúmeros pedidos de impedimento do chefe da nação, totalmente perdido e claramente demonstrando ser incapaz de governar um pais plural como o Brasil, o que já vem sendo demonstrado pelos inúmeros exemplos que este tem dado ao adotar medidas sempre confusas, antidemocráticas e sem qualquer embasamento, pois já se tornou uma praxe tomar a decisão logo pela manhã e antes do fim do dia mudar de ideia e revogar a medida editada! Menos mal, quando tal medida é de todo danosa para a população. No entanto isso é complicado por que deixa a população intranquila pois fica sem saber quando o governo está falando a verdade ou não! Podemos acreditar? Talvez sim, talvez não…
A propósito do cerco, Olavo de Carvalho, Guru e um dos pilares desse governo, abandona Bolsonaro, diz que derruba seu governo e manda ele enfiar a condecoração! De acordo com o que estampa os principais jornais, Olavo de Carvalho diz claramente em tom de ameaça: “Continue covarde e derrubo essa merda de governo de generais vendidos”! Após a manifestação irritada do Guru, o governador do Maranhão, Flávio Dino disse que sem Moro e Olavo, Bolsonaro mostra que não consegue nem liderar sua facção! Para Flávio, “os três, do ponto de vista histórico, são uma coisa só”.
Mas voltando aos inúmeros pedidos de impeachment que ameaçam a queda de Bolsonaro e apesar de reclamar da falta de atitude do presidente da Câmara Federal, confesso que particularmente tenho minhas dúvidas se quero realmente o impeachment do Capitão. Não que eu não tenha o desejo desenfreado de vê-lo bem longe das nossas vidas! Não querer Bolsonaro governando os nossos destinos já é uma certeza absoluta! Mas existe aí um senão. Seria uma saída se o governo fosse formado apenas pelo presidente e o seu clã.
E sendo assim, o impedimento, por si só, talvez fosse a alternativa! Mas o que fazer quando o problema não passa apenas pelo presidente? O que estão esquecendo, os autores dos pedidos de impeachment, é que a chapa que elegeu esse governo que aí está é composta (e não podia ser diferente) por um presidente e um vice-presidente e em caso de aprovação do impedimento, é o vice quem assume! Foi assim com Collor de Mello, que sofreu o impeachment, assumindo em seu lugar o seu vice, Itamar Franco. Quando Dilma foi derrubada, quem assumiu foi o seu vice, Michel Temer e deu no que deu! Então, particularmente, não me interessa apenas um impeachment.
Imaginem, os senhores, o Brasil sendo governado pelo General Hamilton Mourão? Seria como livrar-se da frigideira para cair dentro do fogareiro! Seria, sim, a glória para todo aquele plano bolado (lembram que já comentei aqui “N” vezes) com os militares no poder? E eu chamo isso de “golpe branco”, a coroação de um projeto que vem sendo arquitetado a partir da vitória da Presidente Dilma Rousseff para o seu segundo mandato em 2014 e que culminou na sua cassação em 2016! Todo o trajeto desse projeto a que me refiro, todo mundo já sabe.
A demonização do PT e da esquerda como um todo, a condenação sem provas, do ex-presidente Lula e a sua prisão, tudo foi sendo construído ardilosamente para transformar o Brasil num país esfacelado e agora aparentemente ingovernável, onde o verde oliva se sobressairia como a salvação da pátria! Então, a queda do trono de Bolsonaro, não abalaria as hostes governamentais e tampouco, pareceria um demérito para os militares que já são, hoje, 90% do governo, ocupando os principais postos – principalmente o de vice-presidente – que automaticamente com a queda do mandatário, seria elevado a condição de presidente.
Nesse cenário o Capitão teria, assim, cumprido a sua missão no golpe (que não gostam que chamemos de golpe) e aos poucos este cairia no esquecimento popular sendo lembrado apenas pela história (e esta não o esquecerá jamais), como o nome que tanto mal causou a nação ao destruir a democracia e a massacrar um povo tão esperançoso, além de passar para a história como o pior presidente que já passou por aqui! Vão dizer nos comentários dessa postagem, talvez, que tudo isso não passe de teoria da conspiração, mas o tempo irá nos dizer se estou errado e, se isso realmente ocorrer, – que alívio – é por que devemos ter saído dessa, ilesos e as nossas vidas estarão todas salvas, não é mesmo?
Então, se não é um impeachment que irá nos salvar, qual seria a alternativa para livrar o povo brasileiro desse desastre governamental? Pergunto e humildemente já lhe respondo. Na minha opinião de cidadão, apenas a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão e a realização de uma nova eleição poderia salvar esse país do precipício para onde está sendo arrastado! Essas novas eleições não precisariam passar, necessariamente, por Lula, Haddad ou outro nome qualquer. Trata-se de dar ao Brasil uma nova chance de reparar o grande erro cometido ao escolher o fascismo à democracia, apenas pelo ódio desmedido para com a esquerda!
Fica, portanto, claro que o problema da ruína do Brasil não é apenas causado por Bolsonaro e sua prole. O mal é mais amplo e ramificado. Passa por um possível golpe militar, cujo os tentáculos já seguram quase todo o poder, faltando apenas o outro golpe, o “golpe de misericórdia” que poderá ser facilitado pela aceitação dos demais poderes aos pedidos de impeachment que estão sendo protocolados! Para mim, somente o impeachment não basta! Que seja repensada uma nova estratégia e que esta possa estar sustentada numa cassação da chapa vencedora de 2018 e que sejam convocadas novas eleições, quem sabe, livres de fake-news!
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba