Opinião

RAPIDAMENTE. Os anos 1920 e a Academia de Comércio Epitácio Pessoa - Por Sérgio Botelho

Foi na década de 1920 que surgiu no cenário pessoense a Academia de Comércio Epitácio Pessoa, no comecinho de uma Rua das Trincheiras cheia de gente da elite do comércio do algodão e da cana de açúcar.

Foto: Internet

Foi na década de 1920 que surgiu no cenário pessoense a Academia de Comércio Epitácio Pessoa, no comecinho de uma Rua das Trincheiras cheia de gente da elite do comércio do algodão e da cana de açúcar.

A escolha do nome Epitácio Pessoa homenageou o conterrâneo que naquele período exercia a Presidência da República. Coincidiu que a economia paraibana experimentava, então, um notável crescimento. Nesse sentido, além da tradicional cana de açúcar, pelo incremento da exportação do algodão, o que incentivou injeções de recursos na formação de profissionais qualificados para o setor comercial.

No contexto desse avanço econômico da década de 1920, a cidade da Parahyba recebeu vários arquitetos, inclusive estrangeiros, como foi o caso do italiano Hermenegildo di Láscio que, entre outras obras, assinou a da Academia. Láscio marcou época juntamente com engenheiros, também chegados na atual João Pessoa, que contribuíram para a abertura de importantes vias, abastecimento d´água e saneamento básico.

Inicialmente destinada à Escola Técnica de Comércio Epitácio Pessoa, por orientação da Associação dos Empregados no Comércio da Paraíba, o prédio da Academia já foi também usado, algum tempo mais tarde, como Faculdade de Economia da Universidade Federal da Paraíba. A edificação histórica faz parte de um belo conjunto, embora não necessariamente convergente em estilo, onde pontificam, ainda, o Pavilhão do Chá e o prédio do Tribunal de Justiça da Paraíba.

Cabe destacar que, ainda hoje, João Pessoa, apesar de lamentáveis derrubadas, preserva boa parte da memória desse tempo de efervescência econômica em ruas, prédios e monumentos. E, sem dúvida alguma, a Academia de Comércio Epitácio Pessoa se insere como um desses marcos do período, tanto na perspectiva arquitetônica, quanto no que tange ao investimento educacional. Afora sua destinação econômica, ficou claro.

A título de informação derradeira, repetindo o que dizem os especialistas, o prédio revela “estilo eclético, trazendo aspectos de Arte Nouveau no pavimento superior, e com esquadrias em arco-pleno conjugadas também em Arte Nouveau”, com uma “imponente cúpula com ares renascentistas”, tendo sido tombado pelo IPHAEP em 02 de dezembro de 1998, sob decreto de lei nº. 20.138.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba