Opinião

RAPIDAMENTE. A Igreja do Calvário: memória viva e quase mística da cidade - Por Sérgio Botelho

Andar a pé pela rua General Osório (originariamente, Rua Nova), significa refazer caminhos seculares da cidade de João Pessoa. Sendo uma das primeiras vias construídas pelos portugueses, por meio dela você viaja no tempo. Muito da paisagem apresenta pinturas vivas da história da cidade e da própria nação, evocando sensações quase místicas.

Foto: Internet

Andar a pé pela rua General Osório (originariamente, Rua Nova), significa refazer caminhos seculares da cidade de João Pessoa. Sendo uma das primeiras vias construídas pelos portugueses, por meio dela você viaja no tempo. Muito da paisagem apresenta pinturas vivas da história da cidade e da própria nação, evocando sensações quase místicas.

Logo no início, tem a Basílica de Nossa Senhora das Neves, padroeira da cidade. Na sequência, vem o Mosteiro de São Bento e a igreja do Calvário (inicialmente consagrada a Nossa Senhora de Monte Serrat), nosso foco de hoje. Ambas as construções religiosas, no chamado conjunto beneditino, que começou a ser construído logo após a fundação da Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, em 1585, juntamente com a vizinha, hoje basílica.

Os responsáveis, os monges da ordem fundada por São Bento de Núrsia, lá no longínquo século VI, chegaram ao território paraibano juntamente com carmelitas, jesuítas, franciscanos e religiosos da Santa Casa de Misericórdia, nos primeiros meses mesmo de fundada a cidade. No entanto, segundo descreve o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o formato da igreja que chegou aos nossos dias foi iniciado em 1721, e em 1739 estavam concluídas a capela-mor, ladrilhamento, retábulo e trono.

As obras prosseguiram e, em 1749, foi celebrada a primeira missa. Passou por reformas em 1811, ampliando o pavimento da capela-mor e outros reparos. Em seu estilo barroco, é considerado um dos mais emblemáticos exemplares do Brasil. Durante o período em que Dom Adauto comandou a Igreja Católica da Paraíba – ele, primeiro bispo e primeiro arcebispo do estado -, entre 1894 e 1935, houve cisma entre beneditinos e arquidiocese, motivando a saída dos monges.

Assim, por muito tempo a igreja permaneceu fechada. No final do Século XX, sofreu novas intervenções, mantendo atualmente celebração de missa cantada todos os dias, às 7hs30min. Enquanto o mosteiro serve de local para reunião dos agentes pastorais que atuam junto às comunidades.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba