Raoni não cuspa no prato que comeu, saí do PDT, porém, antes de sair, lave o prato e devolva à “cozinha” partidária - Por Rui Galdino

Raoni e o PDT: Discriminação ou desobediência ?
Por Rui Galdino Filho
Meus amigos, minhas amigas, meus caros leitores. Hoje vou tecer alguns comentários sobre o meu velho PDT de guerra, de bons momentos e de grandes conquistas. Como fundador do PDT paraibano, 1º presidente da Juventude Socialista (onde aqui chamávamos de PDT JOVEM) e Secretário-geral do partido no estado durante 14 anos, posso dizer que sempre tive uma excelente convivência político-partidária com todos os filiados, admiradores, seguidores e eleitores do PDT.

O PDT na época do saudoso Leonel Brizola, do qual tive o prazer de conviver pessoalmente e ser bastante prestigiado pelo mesmo, foi um dos principais e mais respeitado partido político do Brasil. Aqui na Paraíba, quando o estado ainda tinha 171 municípios, o partido conseguiu formar Diretórios Municipais em todos eles, depois, a Paraíba passou a ter 223 municípios e aí fizemos Diretórios Municipais em 210 cidades e 13 Comissões Provisórias, totalizando mais uma vez a presença do partido em todos os municípios do estado.
Essa época foi conhecida como a “época de ouro” do PDT paraibano, onde o partido teve inúmeros prefeitos, vice-prefeitos, centenas de vereadores por todo o estado, 03 deputados federais, 09 deputados estaduais, a prefeitura de João Pessoa e um grupo bastante unido e FIEL. Nesse tempo (décadas de 80 e 90) não existia essa história de desobediência partidária, pois, quem não quisesse seguir as diretrizes partidárias ou saía da legenda ou era convidado a sair. Depois, a infidelidade partidária passou a ser punida por lei. Fui Secretário do PDT durante o comando do ex-deputado Francisco Evangelista, do ex-governador Wilson Braga e do ex-prefeito Chico Franca. Depois deixei o partido em virtude de divergências internas e não contornáveis com Chico Franca, porém, sai sem atirar e respeitando a todos.

Não sei como está o partido atualmente, o que sei é que hoje o PDT tem um deputado federal bastante atuante e pela primeira vez na sua história tem a vice-governadora do estado, fato este que considero bastante relevante para a legenda. Lígia Feliciano, foi o fato novo da política paraibana em 2014 e poderá ser a continuação da boa gestão de Ricardo Coutinho, em 2018. Além disso, a nível nacional o PDT tem também o Ministro de Estado do Trabalho no governo da presidenta Dilma.

A grande maioria dos políticos atuais e ex-políticos da Paraíba, passaram pelo PDT, hoje, muitos deles estão pulverizados por várias legendas. O PDT paraibano era uma espécie de escola política-partidária, onde existiam cursos de formação política, movimento das mulheres, dos negros, dos índios, as famosas brizolândias, o movimento jovem bastante atuante onde elegeu vários vereadores por todo o estado, inclusive, aqui na capital, na pessoa do vereador Marco Antônio, hoje no PPS.

Tenho acompanhado pela imprensa a luta do vereador Raoni Mendes, querendo deixar o partido, porém, temendo perder o mandato em virtude da infidelidade partidária. Nada tenho contra Raoni e sei que ele é um jovem político de muitas qualidades e valores, porém, Raoni se diz DISCRIMINADO pelo partido. Só não diz que o PDT lhe acolheu e lhe deu o mandato de vereador mais votado da nossa capital em 2012. Não diz também, que DESOBEDECEU o partido em 2014 votando contra o seu partido, que hoje tem a vice-governadora nos quadros e que mesmo assim, o PDT lhe deu legenda para sair candidato a deputado estadual, mesmo Raoni votando contra a legenda.