Perguntado ontem se iria a Monteiro para o ato em defesa da Transposição, o governador João Azevedo não disse nem que sim nem que não, mas mencionou uma longa agenda de visitas a Ministérios que começaria hoje. E mencionou os argumentos técnicos do governo para interromper por mais de seis meses o fornecimento de água à Paraíba.
Não sei se isso serve de argumento para justificar a ausência em um manifestação de tamanha relevância em defesa de uma obra que melhora a vida de milhões de nordestinos e paraibanos.
Mesmo que Ricardo Coutinho fosse um adversário político, e não é, unir forças em defesa de uma bandeira como a transposição seria mais do que uma obrigação política, mas uma manifestação de inteligência.
Caso João Azevedo não vá, como tudo parece indicar – espero sinceramente que o governador finalmente desminta meus prognósticos, – que mensagem ele passará aos/às paraibanos/as, sobretudo àqueles que vivem no Cariri?
Que, entre continuar marchando com Ricardo Coutinho, João Azevedo prefere se perfilar ao lado de um presidente que mostra a cada diz mais desprezo pelo Nordeste e pelo seu povo, a ponto de mandar interromper o fluxo de águas da transposição para a Paraíba?
Sabe o que acontecerá no domingo, governador, caso o povo paraibano note sua ausência em cima do palanque? Que o senhor, ao invés de fazer política ao lado do povo, e defender seus interesses, prefere as acomodações de gabinete, prefere submeter-se ao invés de resistir, prefere entregar as armas antes mesmo da guerra começar. Que basta um rosnar, um ranger de dentes, para o senhor se render.
Vá a Monteiro no domingo, governador. E mostre o senhor continua do mesmo lado: o do povo.
Fonte: Flávio Lúcio Vieira
Créditos: Flávio Lúcio Vieira