Nos últimos quarenta dias, a Paraíba foi sacudida por uma barragem de artilharia pesada – fogo de grosso calibre – tendo como alvo principal a (até então) pacata Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, sediada em Campina Grande, desde sua fundação.
A mixórdia teve origem no processo de reeleição do atual presidente Buega Gadelha, por ocasião da publicação do edital convocando eleições para 30/09/2022. Conselheiros contemporâneos de Buega, e outros que vêm desde o mandato de Agostinho Veloso da Silveira – como por exemplo o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados da Paraíba Severino Acioly – lançaram uma chapa de oposição, sob pretexto do “continuísmo” de Buega, há duas décadas, à frente da FIEP. Esqueceram seus opositores que eles desfrutam do mesmo período, a frente de seus Sindicatos?
Com exceção dos novos, surgidos neste interregno, só não permaneceram no comando destas Instituições Patronais os que faleceram, ou tiveram sua saúde debilitada pela longevidade. Não há nada de errado, pois time que está ganhando, não se mexe. De todas as Federações das Indústrias do Norte/Nordeste, a da Paraíba está entre as três principais, disputando a primeira colocação com a Bahia e Ceará. Basta conferir, pela oferta de vagas no seu sistema de educação profissionalizante, titularizando até o terceiro grau, através do SESI/SENAI (PB). São 20.000 alunos em dezenas de cursos.
Descartado o argumento do “continuísmo” – ou idade – por uma questão de incoerência, os oito Sindicatos que se rebelaram optaram em baixar o nível da disputa, apelando para acusações ou “denuncismo” de suposta corrupção existente na atual gestão. Usando veículos da mídia tradicional, requentaram matérias sobre investigação do Ministério Público – fatos ocorridos há quatro anos – ainda inconcluso, sem sentença condenatória sequer em primeiro grau. Todo cidadão sabe que primeira instância é considerada “Instância de passagem”, pois o trânsito em julgado só acontece no STJ ou STF. São quatro estações, de uma longa viagem a ser percorrida, onde é cabível revisão e até prescrição, dos autos ou peças, contidas no bojo do processo, a partir do inquérito.
Gestor de uma entidade da magnitude da FIEP só consegue administrá-la descentralizando poderes. Suas demais ações, além da educação, se estendem por toda a “espinha dorsal” da Paraíba, desde Rio Tinto, passado por João Pessoa; Bayeux; Campina Grande; Patos; Souza… É impossível que não ocorra irregularidades, mesmo sob severa vigilância. Por outro lado, o presidente é humano e não tem poderes divinos de estar presente, onisciente e onividente (tempo real) em locais distintos e distantes.
Na guerra de “narrativas” – ora via de mão única – Buega permanece silente e ignora por completo seus oponentes, não por subestimá-los, mas em comunhão com máxima que ensina: o homem é senhor do que cala, e escravo do que fala. Paralelamente, num ritmo afogadilho, seus adversários agindo de forma canhestra, tropeçaram grotescamente no contraditório, através de um áudio vazado, divulgado pelo @blogmauriliojunior.
O teor do diálogo trata de uma tentativa mal sucedida de suborno, fato comentado por Acioly e Hélder. Na gravação, referem-se a uma “proposta indecente” feita a Buega
Gadelha, pela chapa da oposição, que se comprometia pagá-lo um salário mensal 40 mil reais vitalício, e deixá-lo no cargo como “Rainha da Inglaterra”. Certamente alterariam o Estatuto e criariam um cargo honorífico, como por exemplo, “Presidente de Honra” Quando ouvimos o áudio, imaginamos a reação de algumas figuras que compõem a chapa da oposição, em particular do austero Magno Rossi… No mínimo, deve ter se questionado: “veja só onde fui amarrar meu burro”!? Evidente que o vírus da corrupção tem origem no “corruptor”. Sem corruptor não há corrupção. Como enfatizava minha avó, “quem disso cuida, disto usa”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba