Nada do que foi programado para ocupar o tão marcante prédio reformado na primeira década de 1900, em frente à Praça do Cruzeiro de São Francisco, no início da Duque de Caxias, resistiu às peculiaridades sociais e econômicas do tempo. Nem mesmo a Faculdade de Ciências Médicas, de iniciativa particular, a que se prestou mais recentemente.
Porém, mais que todas as suas utilizações primeiras e a posteriori, Prédio do Colégio Pio XII é que findou sendo o nome com que a construção ganhou fama para os dias de hoje. Conforme já registrado, o educandário católico surgiu em meio ao esforço do primeiro bispo e arcebispo da Paraíba, Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques (1894-1935), de garantir ensino católico romanizado na Paraíba.
Mas havia uma diferença com relação aos demais incluídos na mesma empreitada religiosa, no caso o Pio X, o Nossa Senhora das Neves e o Nossa Senhora de Lourdes, todos eles sob a direção de ordens religiosas. No caso do Pio XII (no mesmo modelo inicial dos demais, apenas com cursos primário e ginasial, o que equivale hoje ao ciclo do Primeiro Grau) não foi assim. A maioria dos professores e a direção da escola (aos cuidados de Doutor Ercílio e Dona Iracema) eram leigos, nos primeiros tempos.
Apesar de forte proximidade com o Seminário Arquidiocesano (ambos sob o comando do Palácio do Bispo), separados espacialmente que eram por meio de um pátio. Também porque os seminaristas assistiam aulas do ensino regular no Pio XII. Além do mais, o local onde funcionava o restaurante dos internos no Seminário, que tinha até uma padaria, se tratava de construção que dava sequência ao espaço a serviço do colégio.
Pois bem, antes disso acolheu justamente o Pio X. Para sediar o colégio marista foi que o imóvel original, uma construção assobradada bem diferente do formato que apresenta hoje, acabou reformado. No estilo original, até 1906, serviu de moradia episcopal. Hoje é uma lembrança de tudo isso, segundo os especialistas, sem mudança na fachada, no que pese significativas reformas no espaço interno.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba