Aquele Bolsonaro que planejou atentado a bomba no exército há mais de três décadas é o mesmo presidente de hoje que incendeia a nação, joga “coquetel molotov” nas instituições e inflama seguidores ao caos.
E o pior e mais preocupante é ver o quanto este discurso encontra eco e, mais que isso, é amplificado a milhares de decibéis.
A maior virtude de Bolsonaro foi entender o nível de absurdo do brasileiro. Aliás, ele captou a total falta de limite do desatino que campeia por aqui.
Ele identificou no espelho quantos “pares” seus existiam à solta por aí, espumando pelo canto da boca, rosnando, coléricos, ansiando por violência.
É para esta turba desvairada, horda insana que fala Bolsonaro.
A cada aberração verborrágica que ele vomita mais se contagiam seus seguidores.
A cada contradição explícita, incoerência desavergonhada, negação do dito ontem, eles se contorcem em malabarismos para justificar o injustificável.
E assim seguem, em rebanho, digo bando…
Não há teto para conter o bolsonarismo convicto, não há evidências que façam os adeptos sentirem o odor da imundície, ou enxergarem o mar de sujeira em que mergulharam voluntariamente.
As frases racistas, homofóbicas, preconceituosas de sempre, a negação dos riscos da Covid, as campanhas engajadas, desumanas por drogas ineficazes como ivermectina, cloroquina, o descaso com a compra de vacinas…
A falsa moral, as rachadinhas, a fé cega cristã, o linguajar chulo, a escatologia, o patriotismo fajuto, a subserviência a Trump, o discurso anticorrupção de fachada, a verba de auxílio moradia “para comer gente”, a postura “anti-sistema”, as três décadas mamando do poder público…
A enxurrada de mentiras, ameaça constante a democracia, ataque a imprensa, descredibilização da justiça, choque e colizão com governadores e prefeitos, declarada intenção de golpe…
Lua de mel com o centrão , que o mesmo iria destruir, dinamitar…
Desmonte de setores básicos como combate ao trabalho escravo, fiscalização ambiental, direitos trabalhistas, educação infantil…
Inflação nas alturas, desemprego recorde, metade do país passando fome…
Gasolina a sete reais, gás de cozinha a 100, carne a 40, arroz, feijão, todos os itens básicos com quase 80% de reajuste em um ano…
Nada, nada disso importa.
O relevante é fechar o Supremo Tribunal Federal, Congresso, imprensa e tudo o mais que “atrapalhe “o primoroso trabalho de destruição em curso comandado pelo mito Bolsonaro.
Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Marcos Thomaz