Um dos discursos de satisfação do atual governador Ricardo Coutinho (PSDB) e um pouco dos últimos ex-governadores era o de que o PIB (Produto Interno Bruto) da Paraíba crescia mais do que o da maioria dos Estados do Nordeste.
Numa rápida pesquisa na internet, é possível se ver manchetes do tipo: “PIB da Paraíba cresce duas vezes mais que a média nacional” (5,6% em 2011), PIB da Paraíba cresce 4 vezes mais que o do Brasil” (4% em 2012) ou “Paraíba tem o maior crescimento de PIB do Nordeste (5,7 em 2013).
Existem diversas outras notícias destacando que a PIB da Paraíba era o quarto maior entre todos os Estados do Brasil (2013) e que, em três anos, a Paraíba havia crescido 16%. Sobre 2014, há diversas manchetes afirmando que o PIB da Paraíba seria duas vezes maior do que o PIB nacional.
Na verdade, percebe-se até certo ufanismo em declarações oficiais (proferidas por representantes do governo estadual) em relação aos números do PIB.
De repente, o PIB da Paraíba cai 5,1% em 2015, ficando em último lugar no Nordeste e amargando a 21ª posição no ranking nacional, computando-se os 26 Estados e o Distrito Federal. A Paraíba só aparece na frente do Amazonas, Rondônia, Goiás, Tocantins e Amapá.
E por quem então, a Paraíba vinha crescendo mais do à maioria dos Estados do Nordeste e até do país e, de repente, despenca 5,1%?
Vai-se, certamente, apontar a crise econômica nacional como culpada. É uma explicação, mas não diz tudo. E por que o PIB do Piauí caiu apenas 3,5%? E por que o PIB do Rio Grande do Norte caiu 3,6%? Afinal, por que na Paraíba a queda foi maior?
Os efeitos da crise se apresentaram mais devastadores na Paraíba porque o Governo do Estado parou de investir. E parou de investir porque tinha um modelo de gestão dependente de recursos federais e de financiamentos internacionais.
Como a economia privada é frágil e a Paraíba não conta com investimentos em projetos de desenvolvimento estratégico, vai à lona quando os cofres públicos federais fecham. O que se tem aqui, portanto, é um modelo de desenvolvimento totalmente equivocado, dependente de verbas públicas. Na verdade, não existe desenvolvimento.
Autor: Josival Pereira
Fonte: Tambaú247
Créditos: Josival Pereira