Polêmica entre Hospital de Trauma e Samu sobre macas tem o grave vírus da política - Por Josival Pereira

maca
Essa polêmica sobre macas hospitalares envolvendo o Hospital de Traumas e o SAMU é intrigante pelas formas e momentos em que se apresenta, mas, ao final, acaba parecendo mais uma das grandes idiotices das disputas políticas que tanto atrapalham a Paraíba.
Num primeiro momento, lá atrás, as acusações surgiram do SAMU contra o Hospital de Traumas, que retinha as macas para usá-las como leitos e, ao mesmo tempo, reduzir os atendimentos de pronto socorro.
O caso acabou no Ministério Público, que conseguiu a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), resolvendo momentaneamente o problema.
A polêmica agora advém de ataque do Hospital de Traumas contra o SAMU, acusado de demora no recolhimento de macas de manter ambulâncias paradas, já que suas equipes estariam gastando tempo jogando conversa fora ou fazendo corpo mole.
No caso, o Hospital de Traumas se sente apto a atender todas as demandas, mas o SAMU, gerido pela Prefeitura, estaria dificultando a remoção dos pacientes.
Curioso é que em cada momento dessa polêmica das macas há uma conjuntura política diferente na Capital.
No primeiro momento, havia muita restrição ao governo do Estado pela contratação da Cruz Vermelha para a gestão do Hospital de Traumas e coincidiu, mais à frente, com o rompimento entre o governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Agra.
No início da gestão do prefeito Luciano Cartaxo houve muita disputa entre os setores de Saúde do Estado e do Município por causa do que seria atendimentos da competência dos hospitais de Traumas e do Trauminha (Estado versus Município), mas tudo se apaziguou depois da aliança do PSB com o PT para a disputa das eleições estaduais.
Não existe, pois, registro de polêmica mais acentuada em torno das macas do SAMU em 2014, o ano eleitoral, mas ela volta agora, com força, depois do rompimento político entre o prefeito Luciano Cartaxo e o governador Ricardo Coutinho em num ano pré-eleitoral.
Quase impossível, então, dissociar esse problema das macas da disputa de poder em João Pessoa, o que é lamentável, uma vez que a saúde, assim como a educação e a segurança pública, deveria ser preservada dessa grave vírus da idiotice que acomete a política e os políticos paraibanos. Ao que parece, tristemente, uma doença sem cura.

Autor: Josival Pereira